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    Kakay, advogado da Telexfree, diz que origem da acusação não foi a atividade da empresa

    MACHADO DA COSTA
    DE SÃO PAULO

    20/05/2014 21h02

    A Telexfree, empresa acusada da prática de pirâmide financeira, contratou o advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

    O advogado está promovendo investigações por conta própria e espera um parecer da Ernst & Young sobre a atuação da empresa para formar sua defesa.

    À Folha ele diz que já conseguiu levantar informações suficientes para comprovar que a atuação da empresa não representa crime contra a economia popular, argumento utilizado pelo Ministério Público para bloquear as contas da empresa.

    "A ação nasceu de uma queixa contra um dos diretores da empresa, mas o delegado que estava cuidando do caso apenas investigava a atuação desse diretor. Até então, não havia qualquer ação ou reclamação contra a empresa", afirma.

    O advogado é reconhecido por atuar em casos de exposição nacional, como na defesa do ex-senador Demóstenes Torres, que teve o mandato cassado por envolvimento com Carlinhos Cachoeira, e do publicitário Duda Mendonça, no caso do mensalão.

    Kakay disse que o coproprietário da empresa, Carlos Wanzeler, veio ao Brasil "com medo", está no Espírito Santo e não deve ser considerado foragido.

    Em abril, autoridades dos Estados Unidos congelaram milhões de dólares em bens e entraram com uma ação contra a TelexFree.

    Wanzeler e seu sócio, James Merrill, são acusados de conspiração para cometer fraude eletrônica.

    Merrill foi preso nos EUA no dia 9 de maio. Já Wanzeler é considerado um fugitivo pelo Departamento de Justiça americano.

    DECISÃO

    No Brasil, as operações da Telexfree foram bloqueadas em 2013, por tempo indeterminado, a pedido do Ministério Público do Acre.

    "A acusação de pirâmide é um crime contra a economia popular. Até ter a decisão no Acre, não existia ninguém insatisfeito, perdendo dinheiro. Mas existe essa ação que impede ela de trabalhar", disse Castro.

    Para o advogado, pessoas estão sendo lesadas não pela Telexfree, mas por impedimentos judiciais.

    Kakay afirma que a alegação de pirâmide financeira é falsa e que "as pessoas não entenderam direito como é o processo" da empresa.

    "As pessoas que estão em baixo podem ganhar mais do que as que estão em cima. Se fosse pirâmide, o sistema já tinha estourado."

    O advogado espera que a perícia, a ser feita pela Ernst & Young, nomeada pelo juiz americano, prove que não há estrutura de pirâmide.

    "Nos dará uma defesa extremamente forte."

    PRISÃO

    Sobre a prisão da brasileira Katia Wanzeler, mulher de Wanzeler, o advogado disse que foi feita sem "acusação formal e mesmo sem ligação com a empresa".

    "A esposa dele está presa, porque lá prendem para investigar. Aqui há garantias mais consolidadas e respeitadas pelo Judiciário."

    Ela foi detida pela polícia americana quando tentava embarcar em um voo internacional no Aeroporto JFK, em Nova York no último dia 14.

    Segundo o "The Boston Globe", Katia estaria tentando fugir do país, repetindo o trajeto do marido, que teria chegado ao Brasil após passar pelo Canadá.

    Kakay alega que Katia estava com passagens compradas de ida e volta dos Estados Unidos.

    Ela foi detida como testemunha, com um mandado de busca, informou a assessora do Departamento de Justiça Christina Sterling ao jornal.

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