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    Copa e eleição evitam demissões e adiam para 2015 piora do emprego

    PEDRO SOARES
    DO RIO

    25/05/2014 03h00

    O emprego ficou estagnado no primeiro quadrimestre e o cenário que se avizinha é turvo. As contratações só não vão cair neste ano por causa de vagas temporárias de Copa e eleições.

    Os eventos vão evitar demissões e adiar, assim, uma subida da taxa de desemprego para 2015.

    O número de trabalhadores nas seis maiores regiões metropolitanas deve crescer 0,7% e repetir de 2013, segundo cenário feito pela consultoria LCA a pedido da Folha.

    A taxa de desemprego ainda cairá –para 5%–, mas por causa da saída de pessoas da força de trabalho.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "Vivemos uma situação parecida com a dos EUA após a crise de 2009, guardadas as proporções. Quem está perto de se aposentar, sai.

    Os jovens, com pouca experiência, não encontram trabalho e vão estudar mais", diz Sérgio Vale da MB Associados.

    A consultoria espera uma taxa de desemprego de 5,3% em 2015. A LCA estima 5,4%.

    RENDA

    Fábio Romão, da LCA, diz que salários ainda em alta e ganhos de anos anteriores (turbinados pela alta do salário mínimo e programas sociais) sustentam o baixo desemprego.

    A renda é uma peça-chave. Em alta, faz com que pessoas optem por ficar em casa em vez de aceitar empregos com baixos salários ou em vagas menos interessantes.

    Quando a renda começar a cair, mais pessoas tenderão a procurar trabalho, pressionando o mercado num momento de fraca geração de vagas.

    Já há, porém, uma clara desaceleração do rendimento, que tende, diz Romão, a se intensificar com a inflação.

    Editoria de Arte/Folhapress

    REAJUSTES

    "A inflação vai corroer os reajustes, que já estão num patamar menor do que no ano passado para várias categorias."

    Como ainda tem menos gente disposta a trabalhar e alguns setores ainda se mantêm dinâmicos (serviços, em especial), diz, o rendimento ainda crescerá neste ano.

    A LCA projeta 2% de alta, mesmo patamar de 2013 –que fora o menor desde 2005.

    Para Fernando Holanda, da FGV, a renda tende a desacelerar ainda mais, mas será "regulada" pela oferta de trabalho. Ou seja, quando mais pessoas buscarem um emprego, ela tenderá a cair.

    "Não é fácil prever quando acontecerá porque a entrada e saída do mercado é uma decisão muito pessoal, mas com a economia crescendo pouco isso deve ocorrer por anos seguidos", afirma.

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