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    Abilio Diniz pede que governo pare de atrapalhar empresas

    MACHADO DA COSTA
    ENVIADO ESPECIAL A CONCÓRDIA, SC

    06/06/2014 12h43

    Em meio às comemorações de 70 anos da Sadia, o presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, disse que o governo tem que parar de atrapalhar as empresas.

    "Só esperamos que o governo não atrapalhe. O que precisamos é de regras claras e sem mudanças no meio do jogo", falou sobre o ambiente de negócios no país.

    Outros membros do conselho da BRF, empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão, aproveitaram a fala de Diniz para criticar a medida provisória 627, convertida na lei 12.973.

    A Sadia terminou recentemente a construção de uma nova fábrica nos Emirados Árabes, que consumiu investimentos de US$ 150 milhões. A BRF teme que mudanças na forma de tributação afetem o resultado da empresa.

    "Essa MP está ameaçando os investimentos que fizemos no Oriente Médio", afirmou Luiz Fernando Furlan, membro do conselho da BRF.

    Divulgação/BRF
    Presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, em meio às comemorações de 70 anos da Sadia
    O presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, na comemoração de 70 anos da Sadia

    A MP altera a maneira como as companhias com produção no exterior são tributadas. Segundo o texto, toda empresa brasileira que produza fora do país precisa aferir o lucro por meio de uma subsidiária nacional, e ser tributada internamente.

    Isso significa que o lucro externo será tributado pelas regras brasileiras, cujo Imposto de Renda pode chegar a 34% do lucro bruto.

    "Sabemos que essa questão não está encerrada. O governo ainda está vendo se isso continuará dessa forma", disse Furlan.

    CONCORRÊNCIA

    Abílio Diniz ainda se irritou ao saber que o governo pode ajudar a JBS a comprar a empresa americana Hillshire.

    Mais cedo, o novo ministro da Agricultura, Neri Geller, também presente na efeméride, disse à Folha que o governo brasileiro irá apoiar e ajudar as empresas brasileiras a se internacionalizarem.

    "O Ministério irá apoiar qualquer agregação de valor às exportações. No que depender do Ministério, vamos ajudar", falou Geller.

    De acordo com Diniz, a BRF não irá buscar apoio governamental nas empreitadas fora do país. "A BRF é muito forte, muito estruturada, e com pouca participação do governo. Sou contra qualquer ajuda do governo", afirmou.

    NEGÓCIO COM A MINERVA

    Na sexta-feira (6), a Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vetou a troca de ativos entre a BRF e o frigorífico Minerva.

    O negócio consistia na aquisição de 16,3% das ações do Minerva por parte da BRF, em troca de uma planta de abate de bovinos.

    Segundo o Cade, a troca pode significar uma maior concentração no mercado de alimentos processados.

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    BRF/2013

    Faturamento R$ 30,5 bilhões

    Ebitda R$ 3,6 bilhões

    Dívida líquida R$ 6,8 bilhões

    Principais concorrentes JBS, Seara, Minerva, Ceratti

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