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    Brasil perde até US$ 8 bilhões com crime cibernético

    TONI SCIARRETTA
    DE SÃO PAULO

    09/06/2014 03h00

    O Brasil perdeu entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões em 2013 com ataque de hacker, roubos de senha, clonagem de cartões, pirataria virtual, além de espionagem industrial e governamental, entre outros crimes cibernéticos.

    Trata-se de 0,32% do PIB brasileiro e o equivalente a quase dois terços do lucro da Petrobras em 2013.

    São crimes arquitetados por quadrilhas internacionais, que contratam hackers e engenheiros para atacar as áreas vulneráveis do comércio internacional, transferência de valores e produção de tecnologia. Os dados roubados são comercializados na chamada Deepweb -face negra da internet, não navegável pelos browsers comuns.

    No mundo, esses prejuízos atingiram no ano passado entre US$ 375 bilhões e US$ 575 bilhões aproximadamente, incluindo tanto as perdas quanto os gastos para recuperação de ataques.

    A estimativa faz parte de uma pesquisa mundial feita pela McAfee, empresa de segurança eletrônica do grupo Intel, que será divulgada hoje. Pela primeira vez a pesquisa incluiu o Brasil, país que vem despertando a cobiça da máfia cibernética internacional junto com a pujança das indústrias financeira, de commodities e de óleo e gás.

    Os países com as maiores perdas são a Alemanha (1,6% do PIB) e a Holanda (1,5%). EUA e China tiveram perdas de 0,64% e 0,63%.

    Criticada por omissão à pirataria cibernética, a China é hoje um dos países com os dados mais confiáveis do mundo, reunidos e divulgados pelo governo, segundo a McAfee. "A China mostrou que também é vítima", disse José Matias, da McAfee.

    Os dados brasileiros são considerados de confiabilidade média porque não há regras que incentivem a contabilização e a divulgação. "Devem ser bem maiores", disse.

    "Cinco por cento das empresas brasileiras já sofreram algum tipo de ataque cibernético", disse Marcos Tupinanbá, especialista em segurança eletrônica.

    Editoria de Arte/Folhapress

    TERCEIRO LUGAR

    O crime cibernético já é o terceiro que mais causa prejuízo ao mundo depois do narcotráfico e da falsificação de marcas e de propriedade intelectual.

    O tráfico internacional de drogas e a falsificação movimentam cerca de US$ 600 bilhões cada ++o equivalente a 0,9% e 0,89% do PIB mundial. Segundo a McAfee, as perdas estimadas com os crimes eletrônicos vão de 0,5% a 0,8% do PIB mundial.

    Para a McAfee, o limite tolerável ao crime cibernético será menor do que 2%. "[Após isso] As empresas e as sociedades vão adotar ações enérgicas para controlá-lo", diz o estudo.

    Nas contas da empresa, cada US$ 1 investido em segurança tecnológica previne perdas de US$ 1,50 em crime eletrônico. "Há espaço para as empresas investirem mais", afirma.

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