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    Juros ao consumidor sobem pelo 12º mês e já superam altas da taxa Selic

    DE SÃO PAULO

    09/06/2014 12h41

    Os juros médios cobrados dos consumidores registraram, em maio, alta pelo 12º mês seguido e superaram as elevações na taxa básica da economia (Selic), mostra pesquisa divulgada pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) nesta segunda-feira (09).

    De acordo com a associação, as taxas médias para pessoa física passaram de 5,96% ao mês em abril para 5,98% mensais em maio, no maior patamar desde agosto de 2012.

    Desde abril de 2013 até maio, a Selic registrou elevação de 3,75 pontos percentuais, passando de 7,25% a 11%. No mesmo período, os juros médios para pessoa física subiram de 88,61% ao ano em abril de 2013 para 100,76% ao ano em maio deste ano, avanço de 12,15 pontos percentuais.

    Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac, a alta superior à da Selic pode ser atribuída a uma expectativa de aumento da Selic na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) em maio –que acabou não se concretizando– e também à perspectiva de piora nos índices de inflação e crescimento econômico, o que aumenta o risco de crédito.

    Segundo ele, a trajetória de elevação dos juros médios ao consumidor deve ser interrompida.

    "Tendo em vista o Banco Central ter mantido inalterada a sua taxa de juros básica na ultima reunião, a tendência é que a curto prazo a Selic se mantenha inalterada. Por conta disto é provável que as taxas de juros das operações de crédito se mantenham também inalteradas neste período a não ser que eventualmente, por conta da piora no cenário econômico, a inadimplência venha a ser elevada, o que levaria as instituições financeiras a subir suas taxas de juros, mesmo em um ambiente de manutenção da taxa básica de juros", avalia Oliveira.

    Entre as seis linhas pesquisadas pela associação, apenas o cartão de crédito se manteve inalterada em maio, após registrar forte alta em abril na comparação com março –de 10,08% para 10,52%. As cinco restantes -juros no comércio, cheque especial, financiamento de veículos, empréstimo pessoal em bancos e empréstimo pessoal em financeiras- subiram.

    TAXA DE JUROS PARA PESSOA FÍSICA EM MAIO

    Linha de crédito Taxa em abril de 2014, ao mês Taxa em maio de 2014, ao mês
    Juros no comércio 4,58% 4,62%
    Cartão de crédito 10,52% 10,52%
    Cheque especial 8,18% 8,22%
    CDC -bancos- financiamento de automóveis 1,78% 1,80%
    Empréstimo pessoal (bancos) 3,40% 3,41%
    Empréstimo pessoal (financeiras) 7,28% 7,29%
    Taxa média 5,96% 5,98%

    EXEMPLOS DE IMPACTO EM EMPRÉSTIMOS

    Empréstimo pessoal de R$ 5.000 em banco em 12 parcelas

    Juro mensal, em % Valor da parcela, em R$ Total pago, em R$
    3,40 514,68 6.176,19

    Uso de R$ 3.000 no rotativo do cartão de crédito por 30 dias

    Juro mensal, em % Valor dos juros pagos, em R$ Total pago, em R$
    10,52 315,60 3.315,60

    Uso de R$ 1.000 por 20 dias no cheque especial

    Juro mensal, em % Valor dos juros pagos, em R$ Total pago, em R$
    8,22 59,69 1.059,69

    PESSOA JURÍDICA

    Os juros cobrados de empresas também subiram em maio na comparação com abril. A taxa média para pessoas jurídicas avançou de 3,39% ao mês para 3,41% mensais.

    No capital de giro, os juros passaram de 1,80% ao mês em abril para 1,84% em maio.

    Já a taxa de desconto de duplicatas aumentou de 2,46% ao mês em abril para 2,48% mensais em maio. A conta garantida registrou alta de 5,90% ao mês em abril para 5,92% ao mês em maio.

    Folhainvest

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