• Mercado

    Tuesday, 07-May-2024 04:33:39 -03

    Justiça do Rio aprova plano de recuperação judicial da OGX

    MÔNICA BERGAMO
    COLUNISTA DA FOLHA
    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    13/06/2014 18h57

    A Justiça aprovou nesta sexta-feira (13) o plano de recuperação judicial da Óleo e Gás, a ex-OGX, empresa controlada por Eike Batista.

    A homologação foi determinada pelo juiz Gilberto Clóvis Mattos, da 4ª Vara empresarial do Rio de Janeiro.

    A OGX deve cerca de US$ 5,8 bilhões a fornecedores de serviços de petróleo e fundos de investimento, entre outros.

    Em 3 de junho, o plano já tinha sido aprovado em assembleia por credores que representam 90% da dívida da empresa.

    A etapa é o rito que conclui a tramitação do processo na Justiça. A partir de agora, a empresa deverá seguir à risca a proposta apresentada para sua recuperação, no fim de 2013.

    "A decisão não só é um atestado da regularidade operacional da companhia como afasta o risco de falência e abre as portas para novas negociações das quais já trata o senhor Eike Batista", diz o advogado Sergio Bermudes, que representa o empresário.

    Segundo Bermudes, Eike Batista está no exterior e comemorou a decisão.

    "Isso o animou a desenvolver uma série de projetos que tem em mente para o grupo", disse, sem revelar quais são os projetos.

    O presidente da OGPar, Paulo Narcélio, disse em nota que "a homologação pelo juiz é mais um importante passo na continuidade de restruturação da companhia".

    Ele afirmou que "a empresa emergirá sem dividas e com uma nova estrutura de capital e controle acionário".

    CREDORES

    O débito foi transformado em participação acionária na empresa pelos credores, que também vão aportar, no total, US$ 215 milhões à companhia.

    Parte desse valor, US$ 125 milhões, foi emprestada no fim do ano passado, para tornar viável a recuperação judicial.

    Os credores que participaram desse processo tiveram condições mais vantajosas.

    Alguns ficaram de fora exigem entrar com novo aporte nas condições iniciais e, por isso, votaram contra o plano de recuperação na assembleia.

    Eles também planejavam entrar na Justiça para garantir o direito, caso o plano de recuperação fosse homologado pela Justiça.

    Na sentença desta sexta-feira (13), o juiz Gilberto Mattos entendeu que esses credores não manifestaram interesse em participar do primeiro aporte, "na época de maior risco", o que invalidaria suas intenções.

    A aprovação do plano de recuperação na assembleia contou com o voto de 81,59% dos credores presentes.

    Quando os aportes dos credores forem concluídos, no segundo semestre, Eike deverá ficar com cerca de 5% da nova companhia, assim como os demais acionistas atuais.

    Os credores serão donos de 90% da companhia.

    HISTÓRICO

    Inicialmente, o plano previa que Eike seria liberado da obrigação de injetar US$ 1 bilhão, conforme a opção de compra de ações ("put pption") que ele concedeu à empresa em 2012.

    A opção acabou sendo exercida pelos executivos da companhia, em 2013, mas Eike passou, então, a questionar a validade da própria promessa que fizera.

    Diante dos questionamentos do Ministério Público do Rio sobre a validade de o plano ter liberado Eike da obrigação de aportar o US$ 1 bilhão, a empresa representou, ao fim de maio, um novo plano de recuperação judicial, em que a validade ou não da "Put" será avaliada por um comitê de juristas.

    A empresa não informa se esse parecer já foi emitido ou não, bem como também não diz quais juristas decidirão sobre o caso.

    Dois credores, a Diamond e a petroleira Perenco, chegaram a entrar na Justiça do Rio com mandado de segurança para impedir que, na assembleia, fossem contados votos individualizados por credores, em vez de votos únicos por grupos de credores.

    A Justiça do Rio informou que a Diamond desistiu do mandado.

    Segundo a Folha apurou, a Perenco também desistiu da ação pouco antes do início da assembleia.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024