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    Nova mistura de etanol na gasolina será testada por 2 meses, diz agência

    DA REUTERS

    18/06/2014 10h40

    O governo federal começa esta semana a realizar, com a iniciativa privada, testes que devem durar dois meses em diferentes tipos de veículos para analisar a viabilidade técnica de um aumento na mistura de etanol na gasolina, disseram à Reuters duas fontes do governo.

    Os testes serão feitos por um centro de pesquisas da Petrobras, disse um fonte do Palácio do Planalto, citando decisão tomada em uma reunião realizada há 10 dias entre membros do governo, empresários e a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

    Por meio da assessoria de imprensa, a Anfavea confirmou a realização da reunião e que acompanhará os testes.

    Atualmente, a mistura de etanol anidro na gasolina está em 25%.

    O percentual de um eventual aumento na mistura não está definido e dependerá dos resultados dos testes, disse à Reuters uma fonte do governo nesta quarta-feira (18).

    Os testes começarão o mais rápido possível, afirmou. O governo já encomendou o estudo sobre a possível mudança.

    Os testes ocorrerão com misturas de 26%, 26,5%, 27% e 27,5%, disse a primeira fonte.

    Uma emenda elevando o limite máximo de etanol anidro de 25% para 27,5% chegou a tramitar em uma Medida Provisória no Congresso em maio, mas foi excluída do texto durante votação na Câmara dos Deputados.

    Produtores de etanol defendem o aumento no limite de etanol anidro que pode ser adicionado à gasolina.

    INDÚSTRIAS

    A eventual mudança é vista pela indústria sucroalcooleira como forma de aliviar a crise vivida pelo setor. Ao governo também interessa a nova mistura pelo potencial de reduzir as importações de combustíveis fósseis pela Petrobras.

    A ideia, entretanto, sofre resistência entre fabricantes de automóveis por preocupações com o desempenho e a durabilidade dos motores.

    A Anfavea (associação das montadoras) diz que, embora a maioria das vendas de carros novos no Brasil seja de carros flex, que usam etanol e gasolina, a indústria não apoia um aumento da mistura porque 42% da frota brasileira de automóveis ainda usa apenas gasolina.

    Esses veículos à gasolina, portanto, não estariam tecnicamente preparados para rodar com uma mistura maior de etanol. A implantação de um limite maior do teor do biocombustível contribuiria para um desgaste maior do motor daqueles carros, disse a associação.

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