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    Em nota, Mercosul e Celac apoiam posição da Argentina sobre dívida

    DO VALOR

    23/06/2014 09h03

    Os chefes de Estado do Mercosul e da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) divulgaram no fim de semana uma declaração de apoio à Argentina na disputa legal que o país mantém com os fundos de investimentos que não aderiram à reestruturação da dívida argentina após o default de 2001.

    No comunicado, disponível na página da Presidência da Argentina, os chefes de Estado do Mercosul "manifestam seu mais absoluto rechaço à atitude de ditos fundos", cuja iniciativa impõe obstáculos ao "sucesso de acordos definitivos entre devedores e credores e põe em risco a estabilidade financeira dos países".

    Os integrantes do Mercosul reconhecem também, conforme o comunicado, "a vocação da República Argentina de continuar honrando seus compromissos financeiros internacionais, tal como vem fazendo sistematicamente desde a reestruturação de sua dívida nos anos de 2005 e 2010, nas quais se obteve acordo com mais de 92% de seus credores".

    Expressam ainda "solidariedade e apoio à República Argentina na busca de uma solução que não comprometa seu desenvolvimento e o bem-estar de seu povo, em consonância com suas políticas de desenvolvimento nacional".

    A Celac, por sua vez, afirma, em outro comunicado, considerar "indispensável para a estabilidade e previsibilidade da arquitetura financeira internacional garantir que os acordos alcançados entre devedores e credores cooperativos sejam respeitados, permitindo que os fluxos de pagamento sejam distribuídos aos credores cooperativos conforme acordado com os mesmos no processo de readequação consensual da dívida".

    "É necessário contar com instrumentos que possibilitem acordos razoáveis e definitivos entre credores e devedores soberanos, permitindo fazer frente a problemas de sustentabilidade da dívida de forma ordenada", conclui a nota da Celac.

    Editoria de Arte/Folhapress

    NEGOCIAÇÃO

    Na sexta-feira (20), a presidente Cristina Kirchner afirmou que a Argentina tentará negociar para pagar a dívida. Segundo afirmou em discurso, quer cumprir acordo "com 100% dos credores, mas pedimos condições justas de acordo com a lei nacional".

    Na semana passada, a Justiça dos EUA determinou que a Argentina pague detentores de dívidas que não aceitaram o acordo proposto após o calote de 2001.

    O pagamento, segundo a decisão, deverá ser feito no momento em que o país quitar a dívida com aqueles que aceitaram o acordo -92% do total de credores. O governo, no entanto, afirma que a medida impossibilita o pagamento no prazo (final de junho), tal como estava previsto.

    "É necessário que deem à Argentina as condições para podermos negociar. Queremos dar uma mostra de que somos pessoas capazes de sentarmos para negociar e concordar", disse a presidente.

    Ela disse que o ministro da Economia, Axel Kicillof, deve ordenar aos advogados que peçam ao juiz "condições para que [o pagamento] seja benéfico a 100% dos credores".

    Apesar do tom inflamado no discurso, dessa vez a presidente foi explícita ao abrir a possibilidade de negociar com os credores com quem o país está em litígio -eles representam cerca de 8% do total.

    A Argentina enfrenta problemas com credores desde 2001, quando, mergulhada em grave crise econômica, deixou de pagar duas dívidas.

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