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    Copa não ajuda e maio tem a pior geração de emprego em 22 anos

    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    24/06/2014 14h42

    Às vésperas da Copa do Mundo, e contrariando as expectativas do governo, o Brasil teve o pior saldo de criação de vagas de trabalho com carteira assinada para um mês de maio desde 1992. O total de empregos formais gerados no mês foi de 58,8 mil, segundo divulgou nesta terça-feira (24) o Ministério do Trabalho.

    Em maio do ano passado, as contratações foram 111, 2 mil, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

    No ano, foram criadas 543,2 mil vagas formais, considerando dados ajustados.

    Durante o governo Dilma –de janeiro de 2011 até este maio–, foram 5,05 milhões de novos empregos, informou o governo.

    O ministro Manoel Dias (Trabalho) afirmou que a perspectiva oficial de contratação era maior, devido ao Mundial, e que o pessimismo do empresariado influenciou o resultado.

    "Havia um pessimismo de que o Brasil não ia fazer Copa, estádios não iam ficar prontos, consumo diminuindo", afirmou Dias.

    Sendo assim, é provável que o governo revise sua expectativa de contratação para o ano, que hoje é de 1,4 milhão de novas vagas. Em julho, o ministério deve divulgar o número revisado.

    Para Dias, é possível que os empregos para a Copa tenham sido antecipados para fevereiro, quando houve um esforço de contratações temporárias e treinamento –por isso o resultado abaixo do esperado em maio.

    Editoria de Arte/Folhapress

    SETORES

    A indústria de transformação puxou a desaceleração do ritmo de contratações, com um corte de 28,5 mil postos de trabalho. É o segundo mês seguido em que a indústria tem queda no número de vagas.

    Em igual mês de 2013, a indústria da transformação havia registrado admissão líquida de 15.754 trabalhadores.

    "Não esperávamos essa queda no setor industrial", afirmou o ministro.

    Dentro do setor de indústria de transformação, a indústria mecânica –que engloba as montadoras de veículos– foi a que mais teve redução de vagas, um total de 6.600.

    O setor automobilístico tem passado por queda na produção e acúmulo de estoque, o que tem motivado empresas a promover demissões, férias coletivas, entre outras medidas.

    Para o ministro Manoel Dias, a atração de investimentos e o pacote de estímulos à indústria, anunciado na semana passada pelo governo, devem reverter essa queda nas contratações no setor industrial.

    AGRICULTURA

    A agricultura sustentou a leve alta de crescimento, com a criação de 44,1 mil postos de trabalho.

    O setor de serviços, sobretudo de alojamento e alimentação, também segurou a baixa no ritmo de contratações, com um saldo de 38,8 mil novas vagas.

    A região Sudeste concentrou a maior quantidade de novos postos: 55,1 mil. Em seguida, o Centro-Oeste, com 7,8 mil vagas criadas.

    O mercado de trabalho é uma das âncoras do governo, mas tem mostrado sinais de perda de dinamismo diante da economia fraca neste momento em que a presidente Dilma Rousseff tenta a reeleição.

    Mesmo assim, a taxa de desemprego no país continua em níveis baixos, em parte por conta da menor procura por vagas de trabalho.

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