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    o brasil que dá certo - sudeste

    Três Rios cresce com incentivos e balança cidades vizinhas mineiras

    SAMANTHA LIMA
    ENVIADA ESPECIAL A TRÊS RIOS (RJ)

    26/06/2014 02h20

    Na última sexta-feira 13, representantes da Prefeitura de Juiz de Fora, município mineiro com 516 mil habitantes, viajaram 50 km até Três Rios, na região serrana do Rio de Janeiro, conhecer um premiado programa de apoio ao microempreendedor.

    A cidade fluminense de 78 mil habitantes é a mesma que, desde 2007, levou a melhor em várias disputas com Juiz de Fora por investimentos de novas empresas, com base em incentivos, como menor tributação.

    A curiosidade de Juiz de Fora com a pequena rival, desta vez, é com o funcionamento da Casa do Empreendedor, que orienta empreendedores individuais a abrir negócios. A cidade mineira quer fazer algo parecido.

    SUDESTE
    Região é aglutinadora de capital humano

    O projeto valeu ao entrerriense Vinícius Farah (PMDB) o título de prefeito mais empreendedor do Sudeste, concedido pelo Sebrae.

    "Demoramos a reagir à guerra com Três Rios. Foi uma briga entre David e Golias", diz André Zuchi, secretário de Desenvolvimento de Juiz de Fora.

    Uma das cinco cidades do Rio que não recebem royalty do petróleo, Três Rios partiu da alíquota de 2% no ICMS para novas empresas, válida desde 2006, para formar um pacote de atração de investimentos.

    Outras medidas foram oferta de terrenos, isenção de IPTU, redução de ISS de 5% para 3% e isenção de taxa de obra. Foram abertas a Casa do Empreendedor, a Companhia de Desenvolvimento de Três Rios e um posto da Junta Comercial.

    A meta era deixar para trás o declínio econômico causado pela quebra de três empresas dos setores metalúrgico e de alimentos, que desempregaram 13 mil pessoas entre 1990 e 2005.

    O número de empresas formais em Três Rios cresceu 59%, de 932 em 2008 para 1.439 hoje. A cidade avançou mais nos indicadores econômicos e desestabilizou a vizinha Juiz de Fora.

    O PIB de Três Rios, que crescia menos do que o do Rio até 2006, dobrou entre 2006 e 2011 (último dado disponível no IBGE), enquanto o do conjunto de 92 municípios do Estado avançou 68%. Em Juiz de Fora, a alta foi de 64%.

    Outros fatores pesaram. "A cidade está perto de grandes centros e tem boa mão de obra, graças às universidades Rural, federal, e Cederj", diz Riley Rodrigues, especialista em competitividade da Federação das Indústrias do Rio.

    'HEAD HUNTER'

    "O pessoal de Três Rios vai atrás dos executivos das empresas para convencê-los a vir", afirma Conceição Ribeiro, presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado.

    Uma dessas foi a Latapack-Ball, fábrica de latas para bebidas, que, em 2010, investiu R$ 400 milhões na abertura da terceira unidade no país. Cerca de 200 pessoas foram contratadas. Juiz de Fora foi preterida no processo.

    Com mais empresas, a receita da prefeitura de Três Rios dobrou 2007 e 2012, enquanto no conjunto dos municípios fluminenses, turbinado por royalties, o avanço foi de 42%.

    Como resultado, Três Rios experimentou um salto no IFDM, Índice da Firjan que mede o desenvolvimento municipal, de 0,586 em 2005, para 0,731 em 2011 –quanto mais perto de 1, mais desenvolvido é o município.

    Na mineira Juiz de Fora, o indicador avançou de 0,716 para 0,792.

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