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    Aneel suspende reajuste de tarifas de energia da Copel, no Paraná

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    26/06/2014 11h02

    A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) concedeu a suspensão do reajuste de tarifas da distribuidora de energia Copel, a pedido da própria empresa, segundo despacho publicado no "Diário Oficial da União" desta quinta-feira (26).

    A empresa resolveu suspender o reajuste aprovado pela Aneel na terça-feira (24), a pedido de seu controlador, o governo do Paraná.

    A agência havia aprovado um reajuste médio de 35,05% na tarifa de energia da companhia.

    Mas, logo após o anúncio, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pré-candidato à reeleição em outubro, disse em sua conta no Twitter que pediria a suspensão do reajuste, "para buscar uma solução junto com a Copel".

    O governo do Estado fez o pedido de suspensão alegando "significativos impactos socioeconômicos".

    No dia em que o reajuste foi anunciado, movimentos sociais fizeram uma manifestação em frente à Copel, com cerca de 200 pessoas, rotulando o governo de "roubo" e de "tarifaço".

    A suspensão do aumento, porém, pode prejudicar financeiramente a Copel, que enfrenta aperto no caixa e considera inclusive adiar investimentos caso a tarifa não seja reajustada.

    Nos cálculos da Copel, a empresa precisaria de um aumento de 32,45% na tarifa para atingir o equilíbrio econômico-financeiro. O principal motivador desses custos, segundo a empresa, foi a compra de energia em
    leilões.

    A Copel tinha contratos fechados para obter energia mais barata, mas eles não foram honrados. A usina de Jirau, por exemplo, era uma das contratadas, mas não ficou pronta a tempo.

    Além disso, o custo da energia subiu, após a forte seca prejudicar os reservatórios das hidrelétricas pelo país.

    "A culpa [da tarifa] não é nossa. A culpa é desses desacertos pelos quais o setor elétrico está passando", disse o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer.

    Em 2013, no auge das manifestações de junho, Richa também suspendeu o reajuste de 14% autorizado pela Aneel. A Copel acabou aplicando um aumento de apenas 9%.

    Essa frustração de receitas pode afetar o cronograma de investimentos da empresa, como admite Zimmer.

    "Se temos um plano de expansão de redes de distribuição, quem sabe possamos protelar isso por três meses, seis meses, fazer um ajuste no cronograma."

    PREJUÍZO

    Em 2013, a Copel Distribuidora fechou o ano com R$ 160 milhões de prejuízo. No primeiro trimestre deste ano, ficou quase no zero a zero.

    A empresa sustenta, porém, que não pretende sacrificar a qualidade do serviço por causa do valor da tarifa, e que não aplicar o reajuste integral também é uma questão de "justiça social".

    "A Copel quer aplicar aquilo que seja justo para se manter sustentável. Mas, por outro lado, não acreditamos que seja justo para o paranaense pagar uma conta que não é dele", disse Zimmer.

    "Isso traria consequências ruins para a economia do Estado, para a inflação. Temos que pensar nisso também."

    Veja, abaixo, outros reajustes já autorizados pela Aneel neste ano.

    *

    NORDESTE

    PERNAMBUCO

    Celpe (Companhia Energética de Pernambuco)
    3,2 milhões de clientes, em todos os municípios pernambucanos
    17,69% para residências
    17,86 para indústrias

    SERGIPE

    Energisa Sergipe
    630 mil clientes, em 63 municípios
    12,17% para residências
    11,31% para indústrias

    CEARÁ

    Coelce (Companhia Energética do Ceará)
    Mais de 3 milhões de clientes, em 184 municípios
    17,02% para residências
    16,16% para indústrias

    BAHIA

    Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia)
    5,3 milhões de clientes, em 415 municípios
    14,82% para residências
    16,04% para indústrias

    RIO GRANDE DO NORTE

    Cosern (Companhia Elétrica do Estado do Rio Grande do Norte)
    Mais de 1,2 milhão de clientes, em 167 municípios
    11,40% para residências
    15,78% para indústrias

    SUDESTE

    MINAS GERAIS

    Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais)
    18,2 milhões de clientes, em 774 municípios
    14,24% para residências
    12,41% para indústria

    Bragantina
    122 mil unidades de consumo, 15 municípios (5 na região de Bragança Paulista, SP, e 10 em Minas Gerais)
    14,98% para residências
    14,43% para indústria

    Energisa Minas Gerais
    407 mil residências em 66 municípios de Minas e do Rio de Janeiro
    5,8% para residências
    3,75% para indústrias e consumidores de alta tensão

    SÃO PAULO

    Bragantina
    122 mil unidades de consumo, 15 municípios (5 na região de Bragança Paulista, SP, e 10 em Minas Gerais)
    14,98% para residências
    14,43% para indústria

    Vale Paranapanema
    167 mil unidades de consumo, em 27 municípios (região de Assis)
    18,98% para residências
    21,31% para indústria

    CNEE (Companhia Nacional de Energia Elétrica)
    105 mil unidades de consumo, em 15 municípios (região de Novo Horizonte e Catanduva)
    16,93% para residências
    16,64% para indústrias

    Caiuá-D (Caiuá Distribuição de Energia)
    230 mil unidades de consumo, em 24 municípios (região de Presidente Prudente)
    14,42% para residências
    13,39% para indústrias

    RIO DE JANEIRO

    Energisa Minas Gerais
    407 mil residências em 66 municípios de Minas e do Rio de Janeiro
    5,8% para residências
    3,75% para indústrias e consumidores de alta tensão

    Energisa Nova Friburgo
    96 mil residências e comércios no município de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro
    13,66% para residências
    7,94% para Indústrias e consumidores de alta tensão

    CENTRO OESTE

    MATO GROSSO DO SUL

    Enersul
    909 mil unidades de consumo, em pelo menos 10 municípios
    9,4% para residências
    14,11% para indústrias

    SUL

    RIO GRANDE DO SUL

    AES Sul
    1,2 milhões de clientes, em 118 municípios
    28,99% para residências
    30,29% para indústria

    PARANÁ

    Copel
    4,22 milhões de clientes, em 396 municípios (3 deles apenas na área rural)
    0% para residências
    0% para indústrias
    OBSERVAÇÃO O reajuste da Copel seria de 33,49% para residências e de 37,35% para indústrias, mas foi cancelado a pedido do governo do Paraná

    Cocel
    Município de Campo Largo
    42,02%, em média

    COM reportagem de CURITIBA

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