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    o brasil que dá certo - sul

    Em alta, pequena cidade do RS tem de importar trabalhadores qualificados

    DANIEL CASSOL
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

    27/06/2014 02h00

    Não-Me-Toque, no interior do Rio Grande do Sul, tem apenas 16 mil habitantes, mas suas exportações totais atingiram R$ 57 milhões no ano passado.

    O motivo para isso é a chamada agricultura de precisão, sistema tecnológico de gerenciamento de lavouras que foi desenvolvido na região após uma parceria de sucesso entre universidade pública e empresas privadas.

    SUL
    Região tem indicadores acima da média

    O município acabou se tornando capital nacional no assunto, nove anos depois que as primeiras iniciativas no setor começaram por lá em 2000. Hoje recebe um congresso sul-americano a cada dois anos, desde 2011

    No início, a união da Universidade Federal de Santa Maria a algumas empresas fez nascer o primeiro DGPS agrícola 100% nacional –uma espécie de GPS mais preciso.

    Desde então, o projeto Aquarius continua pesquisando novas tecnologias e buscando aperfeiçoar ferramentas já desenvolvidas.

    "O projeto resolveu o problema da falta de informação, o principal fator limitante das produtividades nas propriedades agrícolas", afirma Rafael Magni, coordenador de fazendas da Stara.

    A empresa foi a responsável por desenvolver o aparelho e aproveitou o campo ainda inexplorado para crescer.

    Atualmente, na Stara, há 2.300 pessoas empregadas –divididas entre a matriz, em Não-Me-Toque, e a filial em Carazinho. Outros 250 funcionários trabalham numa unidade sócia em Santa Rosa.

    Em 2013, o faturamento do negócio ficou em torno de R$ 1 bilhão. A Stara exporta para mais de 35 países, com destaque para o leste europeu, África e América do Sul.

    O crescimento da Stara e das demais empresas metalmecânicas mudaram a característica do município.

    "Antigamente nossa matriz tributária era praticamente agrícola. Hoje, o predomínio é das indústrias de implementos agrícolas", explica Maria Margarete Lauxen, secretária de Desenvolvimento.

    A indústria responde por 71,5% da arrecadação de Não-Me-Toque, enquanto a agricultura apenas por 15,7%.

    "Praticamente não temos desemprego. Só não trabalha quem não quer", resume. Mas essa larga oferta esbarra num problema.

    QUALIFICAÇÃO

    Um dos maiores desafios para Não-Me-Toque é qualificar trabalhadores.

    A falta de mão de obra na cidade para abastecer a indústria metalmecânica obriga empresas como a Stara a ter de importar funcionários.

    Prestes a ser extinto, um curso técnico tentava preencher a lacuna da qualificação.

    Mas, segundo a diretora do Instituto Federal Farroupilha, Ana Rita Kraemer da Fontoura, a instituição se articula para criar um centro de referência onde haverá especialização na área.

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