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    Bolsa de Valores ganha força após o controle da inflação

    DANIELLE BRANT
    ANDERSON FIGO
    DE SÃO PAULO

    30/06/2014 03h00

    A estabilização da economia após a adoção do Plano Real, em 1994, foi um grande passo para que a renda variável começasse a se desenvolver no Brasil. O processo deixou os investidores internacionais mais seguros para trazer recursos para o país, estimulando a Bolsa nacional.

    "Os estrangeiros, especialmente os americanos, já tinham uma cultura de Bolsa muito mais desenvolvida que a nossa. A estabilização econômica abriu uma chance para que eles entrassem num mercado com grande potencial de crescimento", diz Simão Silber, professor de economia da FEA-USP.

    O desenvolvimento se deu aos poucos. Em 1991, o volume financeiro movimentado na BM&FBovespa foi US$ 8,53 bilhões, segundo dados da Bolsa. Em 1994, ele saltou para US$ 88,21 bilhões -cerca de 10% do valor total registrado no ano passado.

    O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, teve valorização de 221,11% nos 20 anos de Plano Real, segundo estudo da consultoria Economática -descontada a inflação oficial no período.

    Mas o grande salto da renda variável no Brasil aconteceu a partir de 1999, com o advento do home broker -plataforma de negociação eletrônica, que aproximou o pequeno investidor do mercado de ações.

    "Antes disso, a pessoa física dependia do telefone para dar ordens de compra e venda e se informar sobre os preços das ações, o que tornava o processo caro", diz Jurandir Macedo, consultor de finanças pessoais do Itaú. Outras alternativas para se informar eram jornal ou rádio.

    O home broker também acabou aos poucos com o pregão viva-voz, em que operadores gritavam as ordens durante a sessão, a qual ocorria presencialmente na sede da Bolsa, em São Paulo.

    A negociação on-line extinguiu ainda a ação física -o investidor recebia um pedaço de papel que representava cada ação que ele comprava.

    POPULARIDADE

    Mesmo com a facilidade de acesso, a Bolsa de Valores ainda não é tão popular entre os pequenos investidores brasileiros.

    "No Brasil, existe uma aversão natural a ações. No resto do mundo, as pessoas destinam uma parte do orçamento a esse tipo de aplicação, que captura o crescimento econômico do país", afirma Silvio Paixão, professor da Fipecafi.

    Em maio deste ano, segundo dados da BM&FBovespa, as pessoas físicas representavam 15,2% do total de investidores no mercado de ações brasileiro. Os estrangeiros tinham uma fatia de 50,7%.

    Folhainvest

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