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    Greve de servidores do IBGE impediu divulgação de quatro pesquisas

    DO VALOR

    02/07/2014 10h53

    O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a greve dos servidores do instituto, iniciada em 26 de maio, impediu a divulgação de quatro pesquisas previstas para junho.

    Os levantamentos afetados foram a Pesquisa Industrial Anual - Empresa 2012; a Pesquisa Industrial Anual - Produto 2012; a Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2012; e a Pesquisa Anual de Comércio 2012.

    Não houve problemas na divulgação da produção industrial de maio nesta quarta-feira (2). Segundo o IBGE, a indústria caiu 0,6% em maio, a terceira queda seguida no ano.

    A paralisação já tinha feito com que, na semana passada, a Pesquisa Mensal de Emprego fosse divulgada com os resultados de apenas quatro das seis regiões metropolitanas costumeiramente analisadas.

    A greve também afetou a coleta de dados da Pnad, nova pesquisa que tem dados mais completos sobe o emprego no país.

    Segundo o instituto, em relação às quatro pesquisas agora prejudicadas, o movimento dos servidores acarretou "atraso na edição, etapa final de preparação para divulgação" dos levantamentos.

    Sem mencionar prazos, o instituto informou que está movimentando esforços para viabilizar essas divulgações "o mais breve possível".

    A continuidade da greve dos servidores do IBGE fez com que o instituto, na semana passada, enviasse relatório para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) detalhando que a determinação do tribunal, de que pelo menos 70% do efetivo do instituto trabalhasse durante a greve –anunciada em 5 de junho–, estava sendo descumprida pelos trabalhadores do instituto.

    O STJ, segundo o IBGE, teria enviado telegrama ao sindicato dos funcionários, a Associação dos Servidores do IBGE (ASSIBGE), reforçando a decisão, que também prevê que os trabalhadores se abstenham de impedir a entrada de servidores nas instalações do instituto durante o período de greve sob pena de multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento.

    GREVE

    A categoria reivindica principalmente equiparação salarial aos servidores de outros órgãos, com o Ipea. A direção do IBGE também defende essa propostas. Mas o Ministério do Planejamento, ao qual o IBGE é vinculado, diz que não há possibilidade de mudanças salariais neste ano, citando que ainda está sob vigência um acordo ate 2015 com a categoria.

    Na greve de 2012, que durou dois meses, ficou acertado um reajuste de 15%, escalonado em três anos.

    Sindicalistas e a direção do IBGE discordam em outros pontos. Dentre eles, destacam-se a proposta de equiparação salarial de terceirizados e empregados próprios do instituto, a autonomia técnica (que a diretoria diz existir, mas a categoria contesta) e a chamada "gestão participativa" do órgão.

    Para o sindicato, falta "alternância" e "participação" do quadro de funcionários na escolha de servidores para funções comissionadas, como as de coordenadores de áreas do IBGE e chefes das representações estaduais.

    O IBGE, por sua vez, diz defender o preenchimento dos cargos por meio de "processo seletivo baseado no mérito".

    Os servidores ainda reclamam de empenho da direção na realização de concursos para repor trabalhadores que se aposentam. Dizem que em 2007 o órgão tinha 7.000 servidores próprios. O número caiu para 5.700 neste ano.

    O IBGE afirma que ingressaram neste ano 660 novos funcionários e foram solicitados ao ministério concursos para 1.044 vagas de nível médio e 520 de formação superior.

    Sobre a equiparação entre concursados e trabalhadores temporários (usados na coleta de dados das pesquisas), o IBGE diz que "todos os benefícios previstos em lei" são garantidos aos terceirizados, mas que "uma equiparação salarial com os servidores efetivos de nível médio não é possível, visto que estes últimos têm atribuições e responsabilidades bem mais amplas."

    SALÁRIOS

    No nível médio, o salário-base do instituto é R$ 3.160. O sindicato afirma que, no Ipea, a remuneração no mesmo nível é 69% maior, considerando salário-base inicial, sem gratificações por qualificação ou tempo de serviço.

    Já nos cargos de nível superior, o salário-base é R$ 4.145,23, e o sindicato calcula que, no Ipea, a remuneração seja 69% superior. Nessa categoria, o salário pode chegar a R$ 8.949,03 (doutorado), sem contar adicionais por tempo de serviço e cargos comissionados.

    De novembro de 2012, quando o Congresso aprovou o acordo com 24 categorias (inclusive o IBGE) para o reajuste de 15,8% parcelado em três anos, até maio deste ano o reajuste foi de 10,1%, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

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