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    Venda de veículos no ano da Copa tem sido pior que o previsto, diz Fenabrave

    RODRIGO MORA
    DE SÃO PAULO

    02/07/2014 18h14

    A Copa do Mundo afetou as vendas de veículos mais do que o previsto por especialistas e entidades ligadas ao setor automotivo, avalia a Fenabrave, que representa as concessionárias de veículos.

    "Achamos que haveria queda, mas não tão drástica. Até jogos de seleções africanas nos fazem ficar em frente à televisão", disse Flávio Meneghetti, presidente da entidade. Segundo o executivo, as perdas dos meses de junho e julho equivalem a "praticamente a um mês de trabalho perdido".

    Segundo levantamento da Fenabrave, foram vendidos 250.655 automóveis e comerciais leves em junho deste ano, montante 9,81% inferior aos 277.907 emplacamentos de maio e 17,24% menor que os 302.886 licenciamentos de junho de 2013.

    No acumulado do ano, foram registradas 1,58 milhão de unidades vendidas, ante 1,71 milhão do mesmo período do ano passado.

    A produção também recuou, como mostram os dados divulgados nesta quarta (2) pelo IBGE, que abrangem os cinco primeiros meses do ano. O instituto mostrou que, de janeiro a maio, a queda na fabricação de veículos (caminhões e ônibus inclusos) chegou a 12,5%, sendo esse o ramo que mais contribuiu para o fraco desempenho do setor industrial no acumulado do ano (-1,6%).

    Meneghetti avalia que a falta de crédito ainda é a maior responsável pelo desaquecimento do setor. Segundo as previsões da Fenabrave, 2014 terá cerca de 3,3 milhões de veículos emplacados, volume 7,7% inferior ao do ano passado.

    "O governo deveria rever a legislação, que privilegia mais o inadimplente do que o bom pagador. Isso seria melhor do que adiar a alta do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] ", afirmou Meneghetti, referindo-se ao fato de que a cada 100 contratos inadimplentes, apenas 15 são recuperados pelos bancos. Na avaliação do executivo, os bancos não querem mais correr riscos com uma oferta de crédito mais abundante.

    MELHORA NO 2º SEMESTRE

    A prorrogação da manutenção dos índices atuais do IPI é um dos fatores que leva a Fenabrave a acreditar num crescimento de aproximadamente 5% no 2º semestre de 2014 sobre os resultados da primeira metade do ano.

    Para justificar o otimismo, o empresário também cita o maior número de dias úteis entre julho e dezembro, além dos lançamentos do período –são previstos 14 novos modelos até o fim do ano.

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