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    Cade aprova união de Copersucar e Cargill que cria gigante do açúcar

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/07/2014 09h52

    O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou sem restrições a joint venture entre as gigantes Cargill e Copersucar para combinar suas atividades globais de comercialização de açúcar.

    O despacho da Superintendência-Geral do órgão foi publicada nesta segunda-feira (7) no "Diário Oficial da União".

    O negócio foi anunciado no fim de março.

    A Copersucar, que une a produção de quase cem usinas de açúcar no Brasil, é considerada a maior comercializadora de açúcar e etanol no mundo.

    A Cargill, uma das maiores empresas do mundo com capital fechado -tem 140 mil funcionários e atua em 65 países-, está presente nos principais países produtores de açúcar ao redor do mundo, incluindo o Brasil. A empresa tem sede nos Estados Unidos e faturamento de US$ 137 bilhões com diversos negócios agropecuários.

    No Brasil, a empresa opera, em conjunto com outras empresas, o Terminal de Exportação de Açúcar a Granel (Teag), no complexo portuário de Santos.

    O acordo deve gerar economias e ganhos de escala para as empresas, que têm negócios complementares.

    Em um mercado altamente competitivo, disputado por grandes tradings internacionais, o diferencial da Copersucar é o acesso à matéria-prima. Ela une a produção de 47 usinas sócias e 50 usinas parceiras em um sistema integrado de logística, transporte, armazenamento e vendas.

    A Cargill, por sua vez, destaca-se pela enorme capacidade logística em várias regiões do mundo. Desde que o negócio de açúcar começou a dar prejuízo à multinacional, em 2011, a companhia tirou o pé desse mercado.

    O acordo, portanto, deve acelerar o processo de internacionalização da Copersucar, ao mesmo tempo em que possibilita à Cargill o retorno à posição de liderança no setor. Pela complementaridade dos negócios, analistas destacaram o alto potencial de geração de valor dessa operação para ambas.

    As consequências para o resto do mercado não devem ser tão positivas, uma vez que a transação transforma duas grandes comercializadoras rivais em uma nova empresa, de porte ainda maior.

    Edson Silva - 22.ago.13/Folhapress
    Trator em armazém de açúcar da Copersucar em Ribeirão Preto
    Trator em armazém de açúcar da Copersucar em Ribeirão Preto (SP)

    ACORDO

    A nova empresa será uma joint venture independente de suas duas controladoras e terá um novo nome, a ser anunciado quando a transação for concluída.

    Pelo acordo, cada empresa terá fatia de 50% na nova empresa. A expectativa é que elas entrem em operação neste semestre.

    As atividades de trading serão sediadas em Genebra, na Suíça. A joint venture terá escritórios em Hong Kong, São Paulo, Miami, Delhi, Moscou, Jacarta, Xangai, Bangkok e Dubai.

    Os negócios de etanol e os ativos fixos das duas empresas, como terminais e usinas, não farão parte da transação. Segundo comunicado divulgado quando o negócio foi anunciado, em março, essas atividades continuarão sendo negócios separados, individualmente controlados pela Cargill e Copersucar.

    "A joint venture consolidará a capacidade de ambas as empresas, visando aumentar a eficiência, a qualidade e os serviços na cadeia produtiva de açúcar, além de alavancar um profundo conhecimento do mercado mundial para beneficiar nossos clientes", disseram as companhias no comunicado de março.

    DIRETORIA

    Ivo Sarjanovic, que atualmente lidera o negócio global de açúcar da Cargill, será indicado como presidente-executivo (CEO), assim que a nova empresa for constituída. Soren Hoed Jensen, diretor-executivo comercial da Copersucar, será o diretor de operações (COO).

    Já Stefano Tonti, atual controller global dos negócios de trading e açúcar da Cargill, será o diretor financeiro (CFO) e Luis Roberto Pogetti, que preside o Conselho de Administração da Copersucar, será o primeiro presidente rotativo do Conselho de Administração da nova sociedade.

    _

    COPERSUCAR/SAFRA 2013-14

    Faturamento R$ 23,2 bilhões
    Ebitda R$ 488 milhões
    Número de funcionários 596
    Dívida líquida R$ 386 milhões
    Principais concorrentes Raízen, São Martinho, Açúcar Guarani

    *

    CARGILL/20131

    Faturamento R$ 24,8 bilhões
    Ebitda R$ 838 milhões
    Funcionários 9 mil

    1dados referentes à operação no Brasil
    Com reportagem de São Paulo

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