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    Produção de veículos cai em junho; montadoras esperam queda de 10% no ano

    DE SÃO PAULO

    07/07/2014 12h12

    A produção de veículos caiu em junho, fechando o primeiro semestre do ano em forte retração.

    Com o fraco resultado do período, as montadoras refizeram suas projeções para o ano. Agora, estimam produção 10% inferior à de 2013, a 3,339 milhões de veículos, segundo a Anfavea (associação de montadoras).

    Se confirmada, essa queda na produção será a maior desde 1998.

    Antes, a previsão era de alta de 1,4%.

    Já a expectativa para as vendas foi revista de alta de 1,1% para queda de 5,4%, a 3,564 milhões de unidades, que se confirmada marcará o segundo ano consecutivo de recuo nos licenciamentos de veículos no país após nove anos de crescimento ininterrupto.

    A Anfavea já tinha alertado no início do mês passado que cortaria para baixo neste mês as projeções de desempenho do setor para o ano As vendas de veículos no varejo, segundo a Fenabrave (associação das concessionárias), têm sido pior do que o esperado.

    Em junho, a queda na produção foi de 23,3% sobre maio, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7).

    Editoria de Arte/Folhapress

    A produção de junho somou 215,9 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, acumulando na primeira metade do ano 1,566 milhão de veículos montados.

    No semestre, o recuo foi de 16,8% sobre o mesmo período do ano passado. A queda sobre junho de 2013 foi de 33,3%.

    A queda na produção aconteceu com um forte recuo nas vendas no mercado interno e nas exportações, diante da fraqueza da economia brasileira no período e de dificuldades nas vendas para a Argentina, principal destino das vendas externas do setor.

    O crédito mais seletivo –em maio, por exemplo, recuou pelo 17º mês – também afetou o desempenho.

    Para fazer frente à queda na demanda, enquanto algumas montadoras concederam férias coletivas em junho, outras deram folga a operários nos dias de jogos da Seleção brasileira.

    AUTOMÓVEIS

    A produção apenas de automóveis e comerciais leves caiu 22,6% em junho, na comparação com maio. Foram produzidos 205.207 unidades desse segmento no mês passado, ante 265.272 no período anterior.

    Sobre junho de 2013, quando saíram das linhas de produção 303.642 carros e comerciais leves, a queda foi de 32,4%.

    O balanço semestral também é negativo: 1.470.855 unidades fabricadas, contra 1.767.621 de janeiro a junho de 2013, o que significa queda de 16,8%.

    Os estoques caíram em volume –399,9 mil em maio contra 395,4 mil em junho–, mas aumentaram em dias, passando de 41 dias em maio para 45 em junho.

    Em junho de 2014 foram exportados 22.098 carros e comerciais leves, montante 32,6% inferior às 32.764 unidades exportadas em maio deste ano. Em relação à junho de 2013 (46.016), o declínio é de 52%.

    Há queda também no semestre. As vendas para outros países somaram 156.741 unidades, contra 247.060 em igual período de 2013 –retração de 36,6%.

    ÔNIBUS E CAMINHÕES

    Já a produção de caminhões (8,2 mil unidades em junho) caiu 49,3% na comparação anual e 35,5% em relação a maio.

    Nas fábricas de ônibus, houve decréscimo de 37,9% na comparação com junho de 2013. No total, 2,5 mil ônibus foram produzidos no Brasil durante o mês passado, 25,2% abaixo de maio.

    VAGAS

    Os maus resultados da indústria se refletem na geração de empregos. Houve queda de 0,4%,para 130.677, o total de vagas de trabalho nas indústrias de veículos –o que inclui carros, comerciais leves, caminhões e ônibus.

    Considerando também o setor de máquinas agrícolas, o total de vagas caiu 0,5% na passagem de maio para junho, somando 151,5 mil empregados.

    IPI

    Para tentar estimular o setor, o governo decidiu manter a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que incide sobre automóveis até o fim do ano.

    O objetivo da medida, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), é viabilizar as vendas no segundo semestre. Ele afirmou que as vendas foram "fracas" na primeira metade do ano e listou como motivos a diminuição do crédito e menos dias úteis (foram sete dias a menos).

    Assim, estão mantidas as seguintes alíquotas de IPI:

    • 3% para veículos até 1.000 cilindradas flex
    • 9% para veículos entre 1.000 e 2.000 cilindradas flex
    • 10% para veículos até 2.000 cilindradas a gasolina

    A previsão era que a alíquota para veículos flex até 1.000 cilindradas, por exemplo, voltasse a 7% a partir do dia 1º de julho.

    O governo deixará de arrecadar quase R$ 1 bilhão com a manutenção do imposto reduzido.

    No mês de maio, o tombo sofrido pela indústria automotiva acabou afetando outros setores, ajudando a produção industrial a recuar 3,2% no período, segundo dados do IBGE.

    Com agências de notícias

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