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    Copa mais que dobra demanda por real

    DANIELLE BRANT
    ANDERSON FIGO
    DE SÃO PAULO

    14/07/2014 02h00

    As casas de câmbio viram um aumento de até 150% nas compras de real por estrangeiros que vieram ao Brasil curtir a Copa do Mundo. As maiores altas foram registradas em cidades-sede dos jogos, de acordo com especialistas ouvidos pela Folha.

    O aumento médio de 150% foi observado nas cidades-sede pela Western Union, maior empresa de pagamentos do mundo e que, no início do ano, assumiu as operações do grupo Fitta –que atuava como corretora e casa de câmbio– no país.

    O aumento superou as expectativas da empresa, de acordo com Luiz Eduardo Citro, diretor de desenvolvimento de negócios para América Latina da Western Union.

    "Esperávamos um avanço de 50%, e a média [nas cidades-sede] foi de cerca de 150%. As praças que não foram sede de jogos registraram crescimento de 56%, pois os turistas não ficam só nas cidades-sede", afirma Citro.

    Segundo ele, Manaus e Belo Horizonte viram um crescimento na procura por real da ordem de 300% em relação à média registrada desde o começo do ano. Os principais compradores foram colombianos, argelinos, chilenos, australianos, americanos, uruguaios, mexicanos e ingleses.

    De acordo com o Banco Central, os gastos de estrangeiros no Brasil –que incluem a troca de moedas– foram US$ 531,2 milhões em maio, quase US$ 10 milhões acima do valor visto um ano antes. Em junho, até o dia 18, a cifra estava em US$ 365 milhões, e a expectativa da autoridade é de que o saldo total seja 24% maior em relação ao mês anterior (ver quadro).

    Na Confidence, o aumento na demanda por real foi de 85,61% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. As principais moedas estrangeiras que serviram de base para troca foram peso mexicano, peso colombiano, peso chileno, peso argentino e dólar.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Na Cotação, por sua vez, a alta foi de pelo menos duas vezes o volume de moeda estrangeira comprado antes da Copa, afirma Alexandre Fialho, diretor da empresa.

    "O pessoal veio ao Brasil com alguns reais na mão para não chegar sem nada e sofrer com câmbio abusivo. Posso dizer que houve um aumento de 10% a 15% no montante de troca de moeda estrangeira por real em nossas casas de câmbio no último mês", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    O tíquete médio transacionado ficou bem próximo nas casas procuradas. Na Western Union, o valor médio foi de R$ 860 no mês passado –número que se mantém estável desde fevereiro. Na Cotação, o valor mensal se situa entre US$ 300 e US$ 500. Na Confidence, a média no ano é de cerca de R$ 760.

    ESTRATÉGIAS

    Para atrair esse público, as empresas adotaram estratégias que incluíram a distribuição de folhetos nos locais mais frequentados por turistas, como restaurantes, bares e hotéis.

    No caso da Confidence, foi lançado um cartão pré-pago em real com função débito e saque, a exemplo dos que já existem quando o turista brasileiro quer viajar ao exterior.

    Nas demais casas de câmbio, a maior procura continuou sendo por espécie, que tem a incidência de 0,38% de IOF por transação. A Copa também parece ter mexido com os planos de brasileiros de viajar ao exterior. Na avaliação de Luiz Eduardo Citro, da Western Union, os turistas locais parecem estar "retardando" sua viagem.

    É a mesma percepção de Alexandre Fialho, diretor da Cotação. "Há uma queda na compra de moeda estrangeira. Achamos que o fluxo vai se aquecer na segunda quinzena de julho, e no final do ano", diz.

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