Representantes da indústria, do comércio e de organizações trabalhistas comentaram na noite desta quarta-feira (16) a decisão do Banco Central de manter o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 11% ao ano.
Foi a segunda manutenção seguida do juro básico, após uma sequência de nove altas, iniciadas em abril do ano passado.
A pausa no ciclo de aperto monetário já era esperada por economistas, que enxergam estabilidade da Selic até o fim de 2014.
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Veja o que cada instituição comentou sobre a manutenção da Selic:
FIRJAN
A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) destacou que a política fiscal é "imprescindível para que a inflação arrefeça adiante", sem outros ajustes na política monetária.
"Apenas dessa forma o país poderá alcançar a tão almejada combinação de crescimento econômico e inflação controlada", disse a diretoria da Firjan em nota.
CONTRAF-CUT
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) criticou a manutenção da taxa básica de juros. Para a entidade, a decisão de manter a Selic em 11% favorece os juros altos dos bancos.
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, disse, em nota, que "os únicos beneficiados são os bancos, os rentistas e grandes especuladores financeiros, que continuarão lucrando muito".
Cordeiro considera que o Banco Central deixa passar uma nova oportunidade de baixar a Selic e, consequentemente, os juros bancários, a fim de baratear o crédito.
ACSP (ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SP)
Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato, o cenário econômica pede uma redução da taxa Selic.
Em nota, Amato disse que a política fiscal deve ajudar a reduzir as expectativas inflacionárias, "a fim de que o Banco Central possa diminuir a taxa de juros para estimular a economia".
FORÇA SINDICAL
A Força Sindical classificou a decisão do Copom de "nefasta" por manter a Selic em "patamares proibitivos" e mostrar a "insensibilidade do governo ante as demandas da classe trabalhadora".
Em nota, a Força disse que a medida impede o crescimento da produção, do consumo e a geração de empregos.
A entidade disse ainda que vai pressionar o governo a favor da redução da Selic. Segundo a Força, os juros altos provocam um crescimento econômico "muito aquém das nossas necessidades".
ABIPLAST
Antes da divulgação do Copom, o presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), José Ricardo Roriz, disse que, no patamar de 11%, a taxa básica de juros "segue muito elevada".
Em nota, Roriz afirmou que a Selic é "refém do problema fiscal". Para ele, já que não reduz os juros, o governo deveria diminuir as despesas públicas para incentivar o investimento na produção.