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    Após três pregões de alta, Bolsa cai influenciada por nova pesquisa

    DE SÃO PAULO

    23/07/2014 13h05

    O resultado de nova pesquisa eleitoral deu a tônica do mercado financeiro na manhã desta quarta-feira (23). Influenciada pelas principais estatais, a Bolsa brasileira interrompeu uma sequência de três altas consecutivas e para pontuações recordes no ano.

    A Bolsa de Valores abriu os trabalhos em baixa, após três pregões consecutivos subindo. Na abertura, o Ibovespa, o principal índice de ações da Bolsa brasileira, já aparecia em queda de mais de 1,01%.

    Às 12h41, o Ibovespa caía 0,74%, para 57.553 pontos, influenciado especialmente pelos papéis preferenciais da Petrobras, que nesse horário tinham a segunda maior baixa do dia, com 2,42%, negociados a R$ 20,54. Ações ordinárias da petrolífera estatal caíam 1,69%, em R$ 19,15. Depois de ter chegado a recuar mais de 1% pela manhã, Eletrobras nesse mesmo horário tinha queda mais modesta, de 0,7%, cotada a R$ 11,27.

    A pesquisa da vez foi a realizada pelo instituto Ibope, que mostrou a presidente Dilma Rousseff (PT) vencendo o senador Aécio Neves (PSDB) por oito pontos em eventual segundo turno das eleições presidenciais. O resultado foi diferente dos apresentados por Datafolha e Sensus nos últimos dias, que apontavam empate técnico entre os dois candidatos na simulação de um segundo turno.

    As pesquisas têm influenciado os mercados acionários, especialmente sobre os preços de papéis de estatais. Bons desempenhos da presidente Dilma num levantamento estimulam em geral a queda dessas ações, como aconteceu na leitura sobre a pesquisa do Ibope; quando Dilma vai mal na pesquisa ou seus adversários melhoram, por outro lado, elas em geral sobem, como foi observado nos três pregões anteriores.

    Segundo analistas, agrada o mercado a possibilidade de mudança de gestão nas estatais, pois investidores consideram que a atual administração tem tomado medidas intervencionistas.

    Em relatório, a XP Investimentos trouxe interpretação extra: tanto Aécio quanto Eduardo Campos (PSB) vêm ganhando participação nas simulações para o segundo turno e Dilma reduzindo, mesmo que lentamente.

    É a mesma visão de Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho: "O mercado só viu o retrato, a diferença no segundo turno, não analisou que houve queda dessa diferença".

    "O mercado está totalmente focado em eleições. Até outubro, é o fator que tende a exercer maior influência na nossa Bolsa", disse ele.

    OUTRAS AÇÕES

    O mercado acionário operou em baixa como um todo nesta manhã, num movimento de realização de lucros. Às 12h50, apenas 17 das 72 ações que compõem o Ibovespa subiam.

    Uma das maiores baixas da manhã foi registrada pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que às 12h25 recuava 2,25%, para R$ 11,30. Segundo Hegedus, da Lopes Filho, a companhia sofria após relatório do Goldman Sachs recomendar venda de seus papéis.

    Das poucas altas da manhã, destaque para a Fibria, que anunciou seus resultados na manhã desta quarta-feira. A empresa, que havia registrado prejuízo no 2º trimestre de 2013, reportou lucro líquido R$ 631 milhões entre abril e junho deste ano.

    Às 12h26, as ações da companhia eram negociadas a R$ 21,58, com alta de 3,2%.

    CÂMBIO

    O dólar, por sua vez, iniciou o dia em alta, após três baixas seguidas. A moeda à vista, referência para os negócios no mercado financeiro, estava cotada em R$ 2,2179 às 13h07, com elevação de 0,29% em relação ao dia anterior.

    O dólar comercial, usado em transações de comércio exterior, era negociado a R$ 2,22 às 13h07, subindo 0,36% em relação ao fechamento de terça.

    O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 4.000 swaps cambiais (operação que equivale a uma venda futura de dólares), sendo 3.000 com vencimento em 2 de fevereiro de 2015, por um total de US$ 149,2 milhões e 1.000 contratos que vencem em 1º de junho de 2015, por US$ 49,5 milhões.

    A autoridade também promoveu outro leilão para rolar os vencimentos de contratos de swap previstos para 1º de agosto, e rolou 7.000 contratos no total, por US$ 346,4 milhões.

    Na visão de Hegedus, da Lopes Filho, a manutenção desse programa de intervenção diária é o que tem mantido a oscilação do dólar menos forte do que a da Bolsa. "A regularidade amortece uma maior oscilação", disse.

    "Mas é preciso ver que a campanha eleitoral ainda está no início. Quando ela esquentar, há uma tendência de maior oscilação", avalia o economista.

    Folhainvest

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