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    Copa eleva gasto de estrangeiros no Brasil a nível recorde

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    25/07/2014 11h54

    Os gastos de viajantes estrangeiros no Brasil somaram US$ 797 milhões em junho, mês que abrange as primeiras semanas da Copa do Mundo. O valor é recorde para todos os meses da série histórica iniciada pelo Banco Central em 1947.

    O valor ainda está distante, entretanto, do que os brasileiros gastam no exterior. No mês passado, foram gastos US$ 2 bilhões fora do país por pessoas residentes no Brasil, valor recorde para meses de junho.

    Nos primeiros seis meses de 2014, as receitas do Brasil com viagens de estrangeiros cresceram 5%, para US$ 3,6 bilhões. As despesas no exterior aumentaram 2%, para US$ 12,5 bilhões. Os dois valores são recordes.

    A diferença entre os dois números foi de US$ 8,7 bilhões no semestre. O valor corresponde a cerca de 20% do deficit do país em todas as suas transações de bens e serviços com o exterior.

    JULHO

    O chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, disse que as receitas com viagens internacionais subiram 76% em junho, em relação ao mesmo período do ano passado, e cresceram 50% em julho, de acordo com dados parciais até dia 23, quando entraram mais US$ 609 milhões.

    "Esse aumento de receitas ocorreu por causa do afluxo de turistas estrangeiros por ocasião da Copa do Mundo", afirmou.

    Daniel Marenco - 18.jun.2014/Folhapress
    Gastos dos turistas no Brasil é recorde da série histórica em junho devido à Copa do Mundo
    Torcida chilena em jogo contra a Espanha, no Maracanã; gastos de viajantes estrangeiros no Brasil em junho foi recorde da série histórica do BC devido à Copa do Mundo

    Rocha disse ainda que essa receita a mais foi um dos motivos pelos quais o deficit nas transações do Brasil com o exterior em junho (US$ 3,3 bilhões) veio abaixo do esperado pelo BC (US$ 4,3 bilhões) e com o menor valor para esse mês do ano desde 2009.

    Outra explicação é a queda nas remessas de lucros e dividendos. Nesse caso, a redução está ligada a uma atividade econômica em moderação e uma taxa de câmbio mais depreciada, segundo o BC.

    Para julho, o BC projeta US$ 6,7 bilhões de deficit nas transações correntes. Caso isso ocorra, será o segundo mês seguido de queda no deficit em 12 meses, para US$ 79 bilhões, abaixo da previsão para o ano (US$ 80 bilhões) e de julho de 2013 (US$ 9 bilhões).

    Para o IED (Investimento Estrangeiro Direto), a estimativa é de US$ 5,2 bilhões, mesmo resultado de julho de 2013.

    DEFICIT EM JUNHO

    As transações de bens e serviços do Brasil com o exterior subiram de US$ 43,2 bilhões no primeiro semestre de 2013 para US$ 43,3 bilhões no mesmo período de 2014.

    A desaceleração da economia ajudou a conter o aumento o deficit nas transações correntes do país.

    Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o deficit caiu de 3,91% para 3,84% no período, segundo o Banco Central.

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