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    Argentina diz que negociação sobre dívida continua; comitiva volta ao país

    FELIPE GUTIERREZ
    DE BUENOS AIRES
    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    25/07/2014 16h16

    Após uma reunião com Daniel Pollack, o mediador da negociação entre a Argentina e os fundos com os quais o país está em litígio, o Ministério da Economia do país divulgou uma nota nesta sexta-feira (25) na qual afirma que, no encontro, o diálogo "se aprofundou sobre diferentes aspectos do litígio e as diversas alternativas que se apresentaram".

    O texto diz também que a Argentina "reafirmou sua vocação de avançar em uma solução em condições justas, equitativas, legais e sustentáveis para 100% dos credores".

    Antes do começo da reunião desta sexta, o ministro da Economia, Axel Kicillof, participou de uma reunião da Unasul.

    "No dia 30 de julho não vamos ter nenhum problema", ele disse.

    Trata-se da data limite para que o pagamento chegue aos credores da Argentina –se isso não acontecer, o país entra em calote técnico.

    NOVAS CONVERSAS

    Apesar de membros da comitiva argentina já estarem voltado a Buenos Aires, a conversa com o mediador deverá seguir pelos próximos dias, diz a nota.

    A delegação retorna nesta sexta-feira à noite para "buscar mais orientações do governo" sobre o posicionamento argentino.

    Segundo o mediador, Daniel Pollack, haverá "novas conversas" com as duas partes antes que termine o prazo para o pagamento dos credores, no dia 30 de julho. A Argentina está à beira de um novo calote.

    "Não foi alcançada ainda nenhuma solução para o impasse entre as partes", disse Pollack, em nota.

    Depois de pouco mais de uma hora de reunião com a missão argentina, o mediador conversou por telefone com os representantes dos fundos litigantes.

    "Eles me reiteraram sua vontade e disposição de se encontrar comigo e com os representantes da Argentina a qualquer hora", afirmou Pollack.

    No encontro de quinta (24), a Argentina recusou manter negociações diretas com os credores.

    PAGAMENTO

    Na próxima quarta-feira (30), termina o prazo para que o governo argentino pague uma parcela de sua dívida reestruturada.

    Uma decisão recente da Justiça americana, no entanto, determinou que esse pagamento só poderá ser feito de forma simultânea ao pagamento de US$ 1,3 bilhão aos fundos litigantes, que não renegociaram sua dívida.

    A Argentina vinha pedindo à Justiça a suspensão da execução da ordem judicial para ganhar tempo, já que, em dezembro, vence uma cláusula do acordo de reestruturação que prevê que o país não pode oferecer uma melhor condição de pagamento aos credores que ficaram de fora do pacote.

    O temor é de novas cobranças pelos fundos da dívida reestruturada.

    O juiz americano Thomas Griesa, contudo, negou mais uma vez o pedido na última terça-feira.

    Segundo o governo argentino, as "implicâncias sistêmicas" dessa cláusula seriam da ordem de US$ 320 bilhões a US$ 500 bilhões.

    Editoria de Mercado/Folhapress

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