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    Custo baixo e título privado elevam o retorno para investimentos em DI

    VINICIUS PEREIRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    28/07/2014 02h00

    Os fundos DI com taxa de administração baixa, de preferência menor do que 0,5% ao ano, são uma boa alternativa para o investidor que busca um rendimento razoável nos próximos meses, sem correr grandes riscos de perda.

    Segundo os gestores dos fundos que mais renderam no primeiro semestre, o retorno desse investimento deve se manter ao redor de 5% de julho a dezembro, já que a taxa básica de juros (Selic), que é seu principal parâmetro, não deverá sofrer alterações.

    Nesse caso o desempenho do fundo está ligado ao custo –o menor possível– e à existência de títulos privados, que pagam taxa superior aos do governo. Todos os fundos DI que figuram entre os 15 mais rentáveis têm taxas iguais ou inferiores a 0,5%.

    Para o Santander, gestor do fundo de melhor rendimento líquido no período, com 5,06% no fundo VIP DI Crédito Privado, o mais provável é que a Selic se mantenha no mesmo patamar.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "Vemos uma provável manutenção dos níveis de retorno desse fundo. Ele é pós-fixado, então vai acompanhar os juros da economia", afirmou o superintendente executivo comercial da Santander Asset, Aquiles Mosca.

    Conservador, ele tem 95% do patrimônio vinculado a títulos públicos pós-fixados ou em operações que acompanhem a variação do CDI ou da Selic. Geralmente, a maior parte do dinheiro é investida em títulos públicos conservadores, mas também pode ser alocado em títulos privados, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário).

    Esse fundo do Santander, por exemplo, investe em papéis privados. Por apresentar maior volatilidade, o investidor precisa assinar um termo de ciência de risco de crédito.

    A perspectiva de manutenção dos rendimentos para os próximos seis meses também é compartilhada por Fausto Silva Filho, gestor da XP Gestão, que alcançou 5,01% nos seis primeiros meses do ano. "Não enxergo nenhuma mudança [para o semestre], a ideia é continuar com as posições pós-fixadas", disse.

    Apesar do rendimento, os investidores têm de ficar atentos à inflação dos próximos meses, uma vez que o Banco Central não acena com mudanças na taxa de juros até as eleições em outubro.

    Davi Ribeiro / Folhapress
    Aquiles Mosca, da Santander Asset, líder no ranking de DI
    Aquiles Mosca, da Santander Asset, líder no ranking de DI

    "O investidor não está protegido da inflação nesse tipo de fundo, pois o CDI acaba seguindo a Selic e, caso a inflação fuja da meta, ele irá perder o rendimento real enquanto a taxa básica de juros não subir", diz a mestre em finanças e professora do MBA da Faap, Virgínia Prestes.

    Além disso, é necessário considerar a volatilidade de risco, a liquidez e as taxas de administração cobradas.

    Para Ulisses Nehmi, gerente do fundo de investimentos Sparta, que obteve 4,92% de rendimento líquido no semestre, a meta do fundo é continuar acompanhando o CDI, já que ele é caracterizado como conservador.

    A Folha tentou contato com o Credit Agricole, gestor do segundo fundo de maior rentabilidade, mas não obteve retorno.

    Folhainvest

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