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    Credores da Argentina com títulos em euro pedem suspensão de sentença sobre dívida

    FELIPE GUTIERREZ
    DE BUENOS AIRES
    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    29/07/2014 17h48

    Numa última tentativa para evitar sofrer um calote, credores da dívida reestruturada da Argentina com títulos em euro entraram com um pedido de emergência ao juiz americano Thomas Griesa pela suspensão da execução da sentença que obriga Buenos Aires a pagar todos os seus credores até esta quarta-feira (30).

    O documento, enviado nesta terça-feira a Griesa, reforça um pedido que vem sendo feito pelo governo argentino desde o mês passado.

    O pedido é de suspensão "por 90 dias ou até o início de janeiro, depois que a cláusula expirar."

    No texto, os credores em euro dizem abrir mão da cláusula do contrato de reestruturação que prevê igualdade de tratamento entre os dois tipos de fundos: da dívida reestruturada e os que não aceitaram trocar os títulos em 2005 e 2010.

    Como a Justiça americana obrigou que os fundos litigantes devem receber o valor integral, no total de US$ 1,3 bilhão, simultaneamente ao pagamento da parcela dos credores da dívida renegociada nesta quarta, o temor da Argentina era de que estes últimos acionassem a cláusula para fazer novas cobranças.

    Abrindo mão da cláusula, os credores em euros dizem que não vão exigir equiparação se a Argentina pagar, de forma integral, os outros fundos.

    No entanto, o grupo que enviou o pedido de suspensão argumenta que Buenos Aires precisará de "tempo" para convencer os outros credores da dívida reestruturada: com títulos espalhados pelos EUA, Japão e na Argentina.

    "Em termos práticos, a Argentina não pode pedir a todos os seus grupos de dívida reestruturada e conseguir que eles abram mão [da cláusula] antes de 30 de julho, tornando um acordo menos provável e colocando a Argentina em risco iminente de um default", diz o texto dos credores.

    "A Corte poderia facilitar um acordo -e evitar um possível default-suspendendo a execução da sentença", completou. Os credores que concordam em abrir mão da cláusula dizem reunir cerca de € 5,2 bilhões em dívidas da Argentina.

    REUNIÃO

    Nesta terça-feira (29), uma delegação técnica argentina voltou a Nova York para se reunir com o mediador do caso, Daniel Pollack. O grupo se reuniu no fim da manhã por três horas e, após um intervalo, a previsão era de que seguissem com o encontro nesta tarde. O governo argentino não descartava que o ministro da Economia, Axel Kicillof, desembarcasse na cidade até esta quarta, quando vence o prazo para o pagamento.

    Editoria de Arte/Folhapress

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