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    Reunião sobre calote argentino termina sem acordo e prossegue nesta quarta

    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK
    FELIPE GUTIERREZ
    DE BUENOS AIRES

    30/07/2014 00h50

    Na noite anterior ao prazo final para o pagamento de uma parcela de sua dívida, o ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, deixou a reunião com o mediador do caso, Daniel Pollack, sem um acordo fechado.

    Segundo o ministro, as negociações continuam nesta quarta (30). Se não pagar os credores de sua dívida renegociada, a Argentina dará seu segundo calote em 13 anos.

    "Tivemos uma reunião com as partes. Houve um intervalo e ela continuará amanhã", disse Kicillof, após cinco horas de encontro. "Seguimos trabalhando com toda a seriedade que a questão pede", completou.

    No fim da manhã de terça, uma equipe técnica da Argentina, sem o ministro, já havia se encontrado com Pollack.

    O país vinha até agora tentando ganhar tempo enquanto buscava, junto à Justiça americana, uma suspensão da execução da sentença que obriga o governo a pagar todos os seus credores até esta quarta-feira (30).

    PAGAMENTO

    Enquanto o impasse entre argentinos e os credores da dívida não reestruturada seguia, os fundos que renegociaram seus títulos em 2005 e 2010 continuavam tentando formas de receber sua parcela do pagamento.

    Numa última tentativa para evitar sofrer um calote, os credores da dívida reestruturada com títulos em euro entraram, nesta terça, com um pedido de emergência ao juiz americano Thomas Griesa pela suspensão da execução da sentença -reforçando a posição argentina.

    No texto, os fundos -que dizem reunir cerca de €5,2 bilhões em dívidas da Argentina- oferecem abrir mão de uma cláusula do contrato de reestruturação que prevê equiparação no pagamento entre os dois tipos de fundos.

    Como a Justiça americana obrigou o país a pagar aos fundos litigantes o valor integral na dívida, no total de US$ 1,3 bilhão, simultaneamente ao pagamento da parcela dos credores da dívida renegociada nesta quarta, o temor da Argentina era de que estes últimos acionassem a cláusula para fazer novas cobranças.

    No entanto, o grupo dos credores em euro disse que Buenos Aires precisará de "tempo", com a suspensão da sentença, para convencer os outros credores da dívida reestruturada - nos EUA, no Japão e na Argentina - a abrirem mão da cláusula. Mais exatamente: 90 dias ou até o início de janeiro -quando a cláusula expira.

    A proposta de três meses de suspensão também teria sido feita por bancos privados argentinos aos credores que estão em litígio com o país, encabeçados pelo fundo NML segundo a mídia argentina. Em troca, eles deixariam uma garantia de US$ 250 milhões.

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