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    Aeroportos se multiplicam na Ásia para receberem "boom" turístico

    DA AFP

    30/07/2014 12h01

    O crescimento turístico da Ásia está levando os países do continente a construir a toda velocidade centenas de aeroportos para diminuir longas filas e os atrasos de voos.

    Na China e na Índia, além de Filipinas e Indonésia, a classe média em expansão viaja cada vez mais e se junta aos turistas habituais da região Ásia-Pacífico, como os europeus, por exemplo.

    Com isso, para absorver a crescente demanda, as companhias aéreas criaram subsidiárias de baixo custo e novos corredores de voos, mas muitos aeroportos têm sido sobrecarregados, obrigando os governos a ampliá-los ou construir novos.

    "Nos próximos dez anos, irão surgir 350 novos aeroportos na região, com investimentos muito superiores a US$ 100 bilhões", afirmou Chris de Lavigne, vice-presidente da Business Consultancy Frost & Sullivan Asia Pacific.

    "A China irá construir mais de 100 aeroportos, a Índia mais de 60 e a Indonésia também deverá investir sua infraestrutura", diz o analista. Segundo ele, apenas a modernização dos aeroportos já existentes poderia custar cerca de US$ 25 bilhões.

    Noel Celis/AFP
    Passageiros chegam ao aeroporto internacional de Manila, nas Filipinas
    Passageiros chegam ao aeroporto internacional de Manila, nas Filipinas

    O número de turistas internacionais aumenta em um ritmo de 6% ao ano na região Ásia-Pacífico. Em 2013, alcançou 248 milhões de pessoas, número maior do que todas as regiões do mundo, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT).

    Um arquipélago de 17 mil pequenas ilhas de grande atrativo turístico, localizado na Indonésia, prevê construir 62 novos aeroportos nos próximos cinco anos, de acordo com o Conselho Internacional de Aeroportos (CIA), baseado no Canadá. O aeroporto internacional de Soekarno-Hatta de Jacarta, capital do país, está sendo ampliado.

    No ano passado, o local recebeu 60 milhões de passageiros, o triplo de sua capacidade inicial, segundo a CIA.

    Na Malásia, o aeroporto de Kuala Lumpur prevê dobrar a capacidade de 100 milhões de passageiros até 2020, enquanto Hong Kong tem a meta de atingir 97 milhões de passageiros em 2030, ante 60 milhões em 2013.

    Pequim, que já dispõe de um aeroporto internacional para 80 milhões de passageiros ao ano, está construindo um segundo local, avaliado em US$ 11 bilhões a fim de acomodar 40 milhões de passageiros em 2018, segundo o Centro para a Aviação, localizado em Sydney, na Austrália.

    Já nas Filipinas, o governo estuda substituir o aeroporto de Ninoy Aquino, conhecido por ser um dos mais saturados, com equipamentos antigos. Mesmo o aeroporto de Singapura-Changi, considerado como um dos melhores do mundo, investiu US$ 1 bilhão em um quarto terminal, cuja abertura está prevista para 2017.

    A reforma permitirá aumentar sua capacidade atual de 54 milhões de passageiros para 82 milhões. Além disso, já há um estudo para construir um quinto terminal.

    Porém, em muitos países, as infraestruturas aeroportuárias têm muito atraso quanto ao ritmo de crescimento do número de turistas, observa Shukor Yusof, especialista da Endau Analytics, na Malásia.

    "Muitos governos prestaram pouca atenção no desenvolvimento de novos terminais e pistas e, por isso, muitos aeroportos estão saturados hoje", afirma.

    Em outros casos, os aeroportos não estão concentrados em absorver mais voos, mas sim tornam-se grandes "aeroparques", ou seja, é quase uma cidade.

    "Algumas pessoas não vêm para o aeroporto para pegar um avião, mas sim para comprar ou realizar atividades de lazer. Isto é uma tendência que começou no Ocidente e está em expansão na Ásia", conclui De Lavigne.

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