• Mercado

    Thursday, 02-May-2024 09:41:21 -03

    Centro do Rio é o bairro com maior alta de aluguel no primeiro semestre

    OSNI ALVES
    DO RIO

    30/07/2014 12h46

    O aumento da busca por moradia perto do local de trabalho fez com que o Centro do Rio tivesse a maior alta no preço médio do m² para locação residencial no primeiro semestre deste ano, segundo dados do Secovi Rio (Sindicato da Habitação) apresentados nesta quarta (30).

    A variação de 9,6%, com o preço médio do m² passando de R$ 35,54 para R$ 38,94 entre janeiro e junho deste ano, não fez com que o Centro ultrapasse o custo das áreas nobres da zona sul (onde o Leblon lidera, com valor médio do m² a R$ 73,03 – alta de 7,2% de janeiro a junho) e da Barra da Tijuca (R$ 39,31, com alta de 6,4%). Mas o manteve à frente dos bairros da zona norte e de boa parte da zona oeste.

    O "Cenário do Mercado Imobiliário do Rio", divulgado pelo Secovi, analisou 17 bairros de todas as regiões do Rio –Madureira, na zona norte, não teve seus números divulgados, por razões não esclarecidas. As análises foram feitas pelo estatístico Maurício Eiras, responsável pelo departamento de pesquisa do Secovi.

    Vice-presidente financeira da instituição, Maria Teresa Mendonça Dias diz acreditar que a alta do preço no Centro é reflexo da grande procura por parte de profissionais que necessitam morar perto do trabalho, com fácil acesso a transporte, vida noturna, variedade de espaços culturais, comércios e serviços.

    O maquiador Gustavo Monteiro, 37, confirma essa tendência. Ele saiu de Niterói para residir no centro do Rio há 13 anos. "Morava lá, mas todos os meus compromissos eram aqui. Os preços na época eram muito acessíveis. Em 2012, quando a especulação começou, a imobiliária me chamou para reajustar o aluguel. Eles queriam quadruplicar o valor, mas negociei, e fechamos em um aumento menor", disse ele, que pagava R$ 650 mensais para um apartamento com garagem e passou a pagar R$ 1.300, há dois anos.

    Apesar da alta, a região ainda está entre as mais acessíveis para morar. Isso fez com que a cantora e compositora Cláudia Holanda, 42, adquirisse um apartamento próximo à Central do Brasil no ano passado. Embora não fale quanto desembolsou pelo imóvel, onde reside desde janeiro deste ano, ela afirma que foi a melhor escolha na relação custo-benefício. Após morar três anos em Laranjeiras e depois mais três na Glória, ambos na zona sul, a cantora afirma que os preços praticados nessas localidades são muito caros.

    "Morar aqui no Centro tem seus prós e contras. O custo conta a favor, mas a região carece de infraestrutura, policiamento e limpeza. Nos fins de semana, fica completamente deserto, em comparação à semana, e o aspecto do bairro é de abandono", afirmou.

    Gerente geral da imobiliária Apsa, uma das maiores do Rio, Rogério Quintanilha afirma que, após a Copa do Mundo, o preço dos imóveis começa a se estabilizar. "A demanda continua grande, mas não com a mesma velocidade de antes", disse.

    CUSTO DO ALUGUEL COMERCIAL CAI
    Enquanto 13 dos 16 bairros pesquisados tiveram alta no preço médio do metro quadrado para locação residencial no primeiro semestre deste ano, na locação comercial o cenário é oposto: os preços caíram nos oito bairros pesquisados, nas quatro regiões.

    Segundo Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi, o recuo do preço do metro quadrado dos imóveis comerciais para locação está ligado ao aumento da oferta.

    "Houve uma entrada significativa de empreendimentos colocados à disposição do mercado recentemente, e isto fez com que o preço baixasse. Trata-se de um ciclo que se fecha agora, mas que começou há dois, três anos, com a construção de edifícios comerciais, muitos dos quais 'corporate', que são prédios exclusivamente empresariais", disse.

    Sob a ótica da demanda, segundo Schneider, que também é diretor da Apsa, houve uma elevação de preço em anos anteriores que agora começa a se estabilizar e recuar.

    AS VARIAÇÕES
    Variação do preço médio do m² para locação residencial (jan-jun 2014):

    ZONA SUL
    Leblon: + 7,2% (de R$ 68,13 para R$ 73,03)
    Ipanema: + 7,1% (de R$ 68,02 para R$ 72,83)
    Gávea: + 5,9%% (de R$ 58,32 para R$ 61,74)
    Jardim Botânico: + 5,3% (de R$ 55,90 para R$ 58,86)
    Lagoa: + 5% (de R$ 58,67 para R$ 61,59)
    Copacabana: +4,3% (de R$ 49,01 para R$ 51,14)
    Botafogo: + 2,1% (de R$ 48,73 para R$ 49,75)
    ——————————————————————————————
    ZONA OESTE
    Jacarepaguá: + 7% (de R$ 22,05 para R$ 23,59)
    Barra da Tijuca: + 6,4% (de R$ 36,96 para R$ 39,31)
    Recreio: + 6,4% (de R$ 25,68 para R$ 27,11)
    Campo Grande: - 9,3% (de R$ 14,35 para R$ 13,01)
    ——————————————————————————————
    ZONA NORTE
    Tijuca: + 3,2% (de R$ 29,42 para R$ 30,37)
    Méier: + 1,9% (de R$ 20,13 para R$ 20,51)
    São Cristóvão: - 6,5% (de R$ 28,85 para R$ 26,98)
    ——————————————————————————————
    Centro: + 9,6% (de R$ 35,54 para R$ 38,94)
    Lapa: - 2,5% (de R$ 54,92 para R$ 53,53)
     
    Variação do preço médio do m² para locação comercial (jan-jun 2014):

    Copacabana: -3,1% (de R$ 48,82 para R$ 47,30)
    Barra da Tijuca: -3,8% (de R$ 78,99 para R$ 76)
    Botafogo/Flamengo: - 4,2% (de R$ 141,98 para R$ 136)
    Tijuca: - 5,3% (de R$ 44,98 para R$ 42,61)
    Centro: - 6,9% (de R$ 66,40 para R$ 61,82)
    Leblon/Ipanema: -7,5% (de R$ 163,24 para R$ 150,93)
     

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024