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    Ministro e mediador se reúnem para tentar evitar possível calote argentino

    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK
    FELIPE GUTIERREZ
    DE BUENOS AIREZ

    30/07/2014 13h20

    A poucas horas de um possível novo calote argentino, o ministro da Economia do país, Axel Kicillof, chegou às 11h (12h em Brasília) ao escritório do mediador do caso, Daniel Pollack, para mais uma rodada de reuniões nesta quarta-feira (30).

    Em um encontro de mais de cinco horas na noite de terça-feira (29), os argentinos e os credores da dívida não reestruturada que receberam da Justiça americana o direito de receber seu pagamento na íntegra negociaram diretamente pela primeira vez, na presença de Pollack.

    A expectativa é que os fundos litigantes, chamados pelos argentinos de "abutres", também participassem das conversas de hoje. Ao chegar, pela manhã, o mediador disse que hoje seria "um grande dia" e que esperava alcançar um acordo.

    PROPOSTA

    Um representante da associação de bancos privados argentinos viajou de Buenos Aires a Nova York na noite de terça (29). Uma das propostas para o fim da crise é que as entidades financeiras da Argentina comprem os títulos do NML por US$ 1,2 bilhão. Os bancos esperariam até janeiro para cobrar, recebendo novos títulos de dívida do país.

    Segundo os jornais do país, a negociação teria começado com a proposta, por parte dos bancos, de comprar uma parte dos títulos que estão em default desde 2001, mas no fim do dia teria ficado acordado que levariam tudo. A mídia também noticia que eles podem comprar outros títulos em calote, para evitar mais ações na Justiça.

    O presidente da associação dos bancos privados da Argentina, Jorge Brito, teria dito aos outros banqueiros que o governo, por meio do Banco Central, dá o aval para a operação. Os bancos têm um montante de dinheiro que não rendem juros. Sairia daí a verba para comprar a dívida dos fundos com os quais a Argentina está em litígio.

    SUSPENSÃO DA SENTENÇA

    Em troca, o NML e os outros fundos que venceram a Argentina na Justiça dos EUA iriam solicitar uma suspensão da execução da sentença pelo juiz Thomas Griesa. A sentença determina que a Argentina pague US$ 1,3 bilhão aos fundos litigantes simultaneamente ao pagamento da parcela dos fundos reestruturados, que vence hoje (30).

    Com a suspensão da execução da sentença, a Argentina poderia completar a transferência aos fundos reestruturados – congelada por Griesa-fazendo com que os US$ 539 milhões parados no Bank of New York Mellon cheguem aos detentores dos títulos que não estão em default, evitando um calote do país.

    Na terça, os credores da dívida reestruturada com títulos em euro também entraram com pedido pela suspensão da execução da sentença.

    No texto, os fundos –que possuem € 5,2 bilhões em dívidas da Argentina– também oferecem abrir mão da chamada cláusula Rufo, que lhes dá o direito de receber eventuais vantagens que venham a ser negociadas com o grupo de fundos em litígio.

    Editoria de Arte/Folhapress

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