• Mercado

    Wednesday, 08-May-2024 19:44:56 -03

    Fundos de hedge compraram ações argentinas apostando em recuperação

    MILES JOHNSON
    ELAINE MOORE
    DO 'FINANCIAL TIMES'

    01/08/2014 07h00

    Alguns dos maiores fundos de hedge (que oferecem proteção contra oscilações mais fortes do mercado) estão aproveitando para abocanhar ações argentinas, apostando na recuperação econômica do país apesar de ele estar tecnicamente em calote pela segunda vez em 13 anos.

    Em um sinal de confiança de que o embate entre Buenos Aires e seus credores que não aceitaram renegociar a dívida ainda será resolvido, os fundos compraram ações de bancos, empresas de energia e de telecomunicações argentinas.

    A agência de avaliação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da Argentina para "calote seletivo" na quarta-feira (30) após o país deixar de fazer um pagamento de US$ 539 milhões em juros de sua dívida.

    O ministro da Economia, Axel Kicillof, disse que "fundos abutres" haviam rejeitado uma nova oferta de renegociação do governo e seria impossível pagar a mais para eles.

    A reação ao calote no país e nos demais mercados emergentes foi discreta. Os preços dos títulos da dívida argentina cujos juros venciam caíram, mas não chegaram às mínimas registradas em 2013, durante as turbulências nos mercados emergentes.

    A longa saga entre a Argentina e seus credores fez com que a dívida do país se tornasse mais cara para segurar contra calote do que a de qualquer outro país do mundo. Só na última semana esse custo subiu mais de 11%.

    ESPERANÇA

    Os fundos da família DE Shaw, Third Point e Renaissance Technologies, além do da família do investidor George Soros, compraram ações de empresas argentinas listadas nas Bolsas dos EUA, como as petroleiras YPF e Petrobras Argentina, a telefônica Telecom Argentina e o Banco Francés, segundo documentos regulatórios.

    Analistas afirmam que a complexidade da natureza deste calote deixou alguns investidores esperançosos de que um acordo pudesse ainda ser obtido, e isso levaria os detentores de títulos a lucrar.

    Dan Loeb, que administra US$ 14 bilhões para o fundo americano de hedge Third Point, em uma carta a investidores neste mês, disse que comprou uma participação na YPF porque "estamos no meio de um ponto de inflexão para o país".

    Loeb também escreveu que, caso o governo chegasse a um acordo com os credores em litígio, "a Argentina poderia reconquistar o acesso ao mercado de capitais global e resolver seu problema de liquidez".

    William Mur/Editoria de Arte/Folhapress
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024