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    Brasil exporta mais em julho, mas não reverte deficit comercial no ano

    RENATA AGOSTINI
    DE BRASÍLIA

    01/08/2014 15h33

    Graças ao aumento expressivo das vendas de petróleo, as exportações de julho superaram as importações em US$ 1,6 bilhão, o segundo melhor resultado mensal do ano para a balança comercial.

    O saldo positivo do mês passado ainda não foi suficiente, contudo, para reverter o déficit comercial acumulado no ano, que soma US$ 916 milhões, informou nesta sexta-feira (1) o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

    Além da venda de óleo, o resultado de julho foi ajudado pela venda "artificial" de uma plataforma de petróleo para Cingapura, no valor de US$ 866 milhões.

    Trata-se de uma exportação fictícia, já que a venda é registrada, mas o equipamento não chega a sair do país. A empresa exportadora recorre à operação para obter vantagens fiscais.

    Em julho do ano passado, também houve registro da exportação de uma plataforma, mas o valor foi bem menor: US$ 380 milhões.

    As vendas de petróleo somaram US$ 2,6 bilhões, uma alta de 276% frente ao mesmo mês do ano passado. O aumento, segundo o governo, deve-se ao incremento da produção da Petrobras.

    Com isso, as exportações em julho chegaram a US$ 23 bilhões, aumento de 10,7%. Já as importações foram de US$ 21,4 bilhões, queda de 5,5% frente ao mesmo mês do ano passado.

    Nelson almeida - 1º.abr.2013/France Presse
    Trabalhadores no porto de Santos; exportações de julho superaram as importações em R$ 1,6 bilhão, mas ainda não revertem o deficit de junho
    Trabalhadores no porto de Santos; exportações de julho superaram as importações em R$ 1,6 bilhão

    ARGENTINA

    O avanço na venda de petróleo compensou a queda nas exportações para a Argentina, terceiro maior comprador de produtos brasileiros. A redução nos embarques para o país vizinho vem se intensificando a cada mês. Em julho, as vendas caíram 33,5%. No acumulado do ano, a queda é de 22,1%. É uma má notícia para a indústria, já que os argentinos são os principais consumidores de produtos manufaturados.

    O setor automotivo é o que mais vem sofrendo, a despeito das rodadas recentes de negociação entre os dois países para destravar o comércio bilateral. Nos primeiros sete meses do ano, a queda nas exportações de automóveis para a Argentina é de 36% frente ao mesmo período de 2013.

    "A questão da Argentina é muito delicada. Temos de aguardar para ver como andarão as negociações [da dívida]. Não podemos de antemão falar do efeito imediato nas relações de comércio exterior com o Brasil", afirmou Roberto Dantas, diretor do Deax (Departamento de Estatísticas e Apoio ao Comércio Exterior).

    DESTINOS

    Além da Argentina, as exportações brasileiras caíram em julho para União Europeia (-3,1%), África (-1,6%) e Europa Oriental (-3,8%).

    Houve forte crescimento das vendas, contudo, para os Estados Unidos (+24,1%), por conta especialmente de petróleo. Também aumentaram as compras de produtos brasileiros na China (1%), na América Latina e Caribe (+12,3%) e no Oriente Médio (+10,5%) em julho frente ao mesmo mês do ano passado.

    PRODUTOS

    Houve aumento nas exportações em todos os segmentos ante julho de 2013. As vendas de semimanufaturados (+18%) e os básicos (16,5%) cresceram em ritmo forte, enquanto no segmento de manufaturados o crescimento foi marginal, de 0,6%.

    No caso dos produtos básicos, a exportação de US$ 11,6 bilhões foi a maior já registrada num mês de julho.

    Por outro lado, as compras do exterior retrocederam em todas as categorias: combustíveis e lubrificantes (-7,4%), bens de capital (-11,2%), matérias-primas e intermediários (-0,5%) e bens de consumo (-9,2%).

    CONTABILIDADE

    No acumulado do ano, as exportações ainda estão levemente abaixo do nível registrado de janeiro a julho do ano passado. As vendas foram de US$ 133,6 bilhões, redução de 0,6%.

    O resultado do ano passado foi inflado pela exportação de três plataformas até julho, que somaram US$ 2,8 bilhões. Este ano, foram apenas US$ 866 milhões em vendas deste tipo de equipamento.

    Distorção semelhante ocorre na conta das importações. Nos sete primeiros meses deste ano, as compras do exterior chegaram a US$ 134,5 bilhões, queda de 3,4% em relação ao mesmo período de 2013. Mas o número do ano passado também foi distorcido pelo registro em atraso de compras de combustível da Petrobras no valor total de US$ 4,5 bilhões.

    BALANÇA EM JUNHO

    Em junho, a balança registrou superavit de US$ 2,4 bilhões, o melhor resultado para o mês desde 2011. O resultado foi possível diante da queda das importações, já que as vendas também retrocederam.

    As compras de bens estrangeiros somaram US$ 18,1 bilhões, redução de 3,8% frente ao mesmo mês do ano passado pela média diária. Já as exportações somaram US$ 20,5 bilhões, 3,2% abaixo do mesmo período de 2013.

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