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    Governo estima que socorro vai ter impacto de 25% sobre preços

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA
    LUCAS REIS
    DO ENVIADO ESPECIAL A ALTAMIRA (PA)

    06/08/2014 02h00

    O governo calcula que as operações de crédito para financiar as distribuidoras terão impacto de 25% sobre a formação de preços no setor elétrico ao longo dos próximos três anos, de 2015, a 2017.

    Essa pressão de alta, porém, deve ser compensada parcialmente pelo efeito positivo sobre as tarifas do vencimento de concessões de usinas hidrelétricas. Assim, o impacto final seria menor, de 9,9%, estima o governo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O reajuste para o consumidor, no entanto, ainda vai depender de outros fatores.

    De acordo com estimativas do Ministério de Minas e Energia, o custo da energia entre 2015 e 2017 sofrerá uma redução de 14,1% com o vencimento de concessões, nos próximos três anos, que não foram prorrogadas.

    Atualmente, o megawatt/hora dessas usinas, que ainda estão pagando investimentos feitos, custa, em média, R$ 140. Com a devolução das usinas ao governo, a partir do próximo ano, esse custo será reduzido para R$ 30, para bancar apenas operação e manutenção das usinas.

    O governo faz a ressalva de que seus cálculos, feitos com base no empréstimo total de R$ 17,7 bilhões tomado pelas distribuidoras, não representam o reajuste final da conta de luz no próximo ano, que será ainda definido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) levando em conta outros custos ao setor.

    Nesta terça (05), a presidente Dilma Rousseff chamou de "suposições" os cálculos do mercado de reajuste da tarifa de luz provocados pelos empréstimos federais às distribuidoras.

    Consultorias estimam esse aumento em até 25%.

    "Esses estudos [do mercado] são referenciais, tem para todos os gostos", afirmou.

    Segundo Dilma, a diluição da dívida em parcelas impedirá um acréscimo maior na tarifa de energia. "As parcelas de empréstimo não serão pagas à vista, mas rateadas em três anos. Então, vamos devagar. Foi assim que foi contratado, e assim será pago. Não tem mudança na regra do jogo", afirmou.

    Acompanhada pelo ministro Edison Lobão (Minas e Energia), Dilma sobrevoou as obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e visitou a casa de força, coração da usina.

    O estudo do ministério aponta que o impacto dos empréstimos será de 5,9%, 10,5% e 6,8% em 2015, 2016 e 2107, respectivamente.

    Já a redução de custo pelo vencimento de concessões seria de 3,3%, 4,9% e 5,3% em igual período. Com isso, o impacto líquido estimado ficaria em 2,6%, 5,6% e 1,4%.

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