• Mercado

    Wednesday, 26-Jun-2024 02:41:31 -03

    Empréstimo a elétricas será com taxas 'de mercado', diz Coutinho

    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    06/08/2014 17h08

    O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que os recursos que o banco emprestará às distribuidoras de energia, na segunda rodada de empréstimos negociada pelo governo ao setor, não virão de recursos do Tesouro nem do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), fontes usuais nos financiamentos do banco, mas "do mercado".

    "Vamos participar em condições equivalentes aos dos outros bancos, com recursos captados no mercado, e não do Tesouro e não do FAT", disse, ao sair de seminário sobre gestão pública promovido pela EBAPE/FGV, no Rio.

    Segundo Coutinho, as taxas que serão cobradas ao BNDES na captação desses recursos para as distribuidoras serão repassadas às empresas. Em outras palavras, de acordo com o BNDES, não haverá taxas subsidiadas ou recursos públicos nesses empréstimos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Os recursos do BNDES integrarão o novo pacote de empréstimos negociados pelo governo em socorro às distribuidoras de energia, no valor total de R$ 6,5 bilhões. O BNDES deverá entrar com R$ 3 bilhões.

    Tais empresas encontram-se em dificuldade financeira porque parte da energia elétrica que compram para abastecer os consumidores está sendo adquirida no chamado mercado à vista de energia elétrica, onde os preços dispararam este ano devido à estiagem e ao uso maior das usinas térmicas, que geram energia mais cara.

    Coutinho diz prever decidir as condições "rapidamente", mas não definiu o prazo.

    Este será o segundo pacote de empréstimos negociado pelo governo em socorro às distribuidoras no ano. Em maio, um conjunto de bancos havia liberado ao setor R$ 11,2 bilhões, mas os recursos já foram totalmente utilizados pelas empresas que tiveram acesso ao dinheiro. A taxa foi de 12,1% em 12 meses.

    Conforme a Folha antecipou, seis bancos - Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Caixa e BTG - já confirmaram participação no consórcio. Outros dois bancos menores, além do BNDES, deverão entrar no grupo.

    JUROS

    Os juros do segundo pacote de empréstimos serão maiores que os praticados no primeiro resgate às distribuidoras, que foi de R$ 11,2 bilhões.

    Os bancos privados e públicos que irão participar do novo socorro reivindicam uma taxa maior do que a da primeira operação, que foi financiada a 12,1% em 12 meses (1,9% de juros mais a variação do CDI).

    Segundo um assessor presidencial, o pleito das instituições financeiras deverá ser atendido, já que se trata de uma segunda operação com a mesma garantia da primeira e devido ao cenário de juros estar mais pressionado agora.

    O governo estima que as operações de crédito às distribuidoras terão impacto de 25% sobre a formação de preços no setor elétrico pelos próximos três anos, de 2015, a 2017.

    Em visita à usina Belo Monte nesta terça, a presidente Dilma Rousseff criticou as empresas de consultoria que fazem projeções do impacto dos pacotes de socorro às tarifas de energia nos próximos anos.

    "Esses estudos são referenciais, tem para todos os gostos", afirmou.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024