Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (8), o mediador das negociações da dívida da Argentina, Daniel Pollack, disse que segue à procura de uma solução para que o governo argentino chegue a um acordo com os fundos "holdouts" (aqueles que não concordaram com a reestruturação da dívida depois do calote de 2001).
"Continuo trabalhando para encontrar uma solução para as questões divergentes entre as partes envolvidas no caso. Como já indiquei anteriormente, tenho a intenção de convocar e conduzir as próximas conversas até que uma solução seja alcançada, por mais que isso possa demorar", disse Pollack.
Mais cedo, durante reunião realizada com advogados da Argentina e representantes dos fundos "holdouts", o juiz americano Thomas Griesa pediu às partes que cooperem com Pollack.
"O mais importante agora é seguir na mesa de negociação para que esse problema seja solucionado", afirmou.
Griesa advertiu que não aceitará que a Argentina continue "desobedecendo" suas deliberações e insistindo em posicionamentos contrários às decisões da justiça americana. Ele voltou a afirmar que o depósito de US$ 539 milhões feito pela Argentina no Bank of New York Mellon não é considerado pagamento.
No dia 30 de julho, venceu o prazo para a Argentina chegar a um consenso com os "holdouts" e, com isso, o país entrou em "default" (calote), o segundo nos últimos 13 anos.
Os fundos em litígio conseguiram ganhar na justiça americana o direito de receber o valor integral de seus bônus, mas o governo argentino alega que se acatar a decisão, os outros fundos que aceitaram a reestruturação da dívida podem vir a fazer as mesmas exigências.