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    De farmacêuticas a alimentícias, ordem é desburocratizar relações

    ÉRICA FRAGA
    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    10/08/2014 02h00

    Encurtar a distância entre a cúpula da empresa, que toma as decisões, e a operação, para ganhar agilidade. Esse é o lema das empresas de diversos setores que têm tornado sua estrutura de cargos mais horizontal.
    No Brasil, é o caso de grandes grupos como BRF, gigante do setor de alimentos, e da farmacêutica AstraZeneca.

    A BRF começou a alterar seu organograma recentemente. A empresa tem eliminado, por exemplo, as gerências regionais. Segundo Rodrigo Vieira, diretor de desenvolvimento organizacional da BRF, o número de regionais fabris foi reduzido à metade, de seis para três. Ele afirma que essas medidas têm eliminado redundância e permitido que outros profissionais sejam promovidos.

    "A frase é: a quantos telefones está o diretor? Não podem ser muitos", diz. A lógica da AstraZeneca é parecida. A multinacional tem metas para o número de níveis hierárquicos e de funcionários por gestor.

    Segundo Miguel Monzu, diretor de Recursos Humanos e Comunicação Corporativa, podem existir, no máximo, seis níveis hierárquicos entre os cargos mais baixos –como auxiliares e representantes de venda– e o CEO global da empresa.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No Brasil, conta ele, a meta já foi atingida: "No Brasil, agora, já há apenas cinco". Embora tenha reduzido os cargos de gerência, a AstraZeneca aumentou o quadro total de funcionários no país em 20% neste ano.

    Monzu conta que a empresa investe, por exemplo, na contratação de representantes de vendas superqualificados que têm formação na área médica: "O mercado mais competitivo exige maior qualificação".

    Segundo Roberto Picino, diretor geral da Page Personnel, a exigência por maior qualificação é crescente. "As empresas estão exigindo especialistas e analistas com formação que antes pediam de gerentes", diz.
    De acordo com especialistas, a escassez de mão de obra qualificada levou, nos últimos anos, a algumas promoções internas de profissionais que não estavam preparados.

    "Isso acabou prejudicando a produtividade e levando a um aumento da rotatividade", diz Aloisio Buoro, diretor da Mariaca, empresa de transição de carreiras.

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