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    União Europeia quer debater com Brasil sanção à Rússia

    DO "FINANCIAL TIMES"
    DA REUTERS

    12/08/2014 02h00

    Depois de decretar sanções contra a Rússia, a União Europeia quer dissuadir países como Brasil e Chile de substituírem o bloco nas exportações de produtos agrícolas para Moscou, disseram fontes na UE nesta segunda.

    O governo russo tem cortejado a América Latina em busca de fontes alternativas de suprimentos desde que suspendeu as importações de alimentos da Europa e dos EUA na semana passada em resposta às sanções.

    Países e organizações de comércio exterior da América do Sul afirmaram que as medidas de Moscou podem lhes render lucro inesperado.

    O Brasil autorizou cerca de 90 novas instalações de processamento a começarem imediatamente a exportar carne bovina, suína e de aves à Rússia. Já o Chile foi apontado como um possível beneficiário do embargo russo à importação de peixes da UE.

    Seneri Paludo, secretário de política agrícola do governo brasileiro, disse que o embargo russo poderia permitir ao Brasil exportar mais milho e soja ao país. "A Rússia tem potencial de ser um grande consumidor de commodities agrícolas, não só de carne."

    Esse entusiasmo em potências agrícolas latinas causa preocupação em Bruxelas.

    "Vamos conversar com os países que poderiam substituir nossas exportações, para indicar que não desejamos que lucrem indevidamente com a situação atual", disse um alto funcionário da UE.

    Ele afirma compreender que empresas individuais possam assinar novos contratos com a Rússia, mas afirmou que seria "difícil justificar" que países adotem iniciativas diplomáticas para cobrir as brechas deixadas pela UE, EUA, Noruega e Austrália, retaliados após decretarem sanções contra Moscou pelo conflito com a Ucrânia.

    Outro funcionário da UE disse que as conversações seriam "políticas", para mapear a importância de manter uma frente internacional unida em relação à Ucrânia, em vez de apontar objeções legais.

    O bloco pode usar como instrumento de persuasão suas negociações com o Mercosul, iniciadas há 15 anos e estagnadas pelas divergências sobre acesso a mercados.

    EXPORTAÇÕES

    As exportações de carne bovina do Brasil aumentaram 8,6% em julho sobre o mesmo mês de 2013, somando 144,7 mil toneladas. A Rússia foi o principal destino, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

    Após proibir a importação de carne bovina dos EUA e da Austrália, dois grandes exportadores, o governo russo triplicou o número de unidades brasileiras habilitadas para a venda de carne.

    O faturamento no mês subiu 19%, para US$ 691,9 milhões, também favorecido por um aumento no preço médio da tonelada embarcada, indica acompanhamento da Secretaria de Comércio Exterior.

    As vendas para a Rússia saltaram 79% no período comparado, para 41 mil toneladas, e a receita subiu 113% para US$ 181 milhões, informou a Abiec. "A Rússia consolidou sua posição como um dos maiores importadores do nosso produto, com um incremento muito representativo no último mês", disse Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec.

    "As novas habilitações pelo Serviço Veterinário russo de plantas industriais brasileiras, assim como a autorização para exportar tripas e miúdos, irão refletir em resultados ainda mais significativos nos próximos meses."

    Hong Kong, o segundo maior importador no mês, comprou 35 mil toneladas de carne, com receita de US$ 152 milhões, disse a Abiec.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

    Editoria de Arte
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