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    Fundo NML rejeita proposta de bancos para comprar dívida da Argentina

    FELIPE GUTIERREZ
    DE BUENOS AIRES
    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    15/08/2014 18h43

    A possibilidade de um acordo entre grandes bancos privados e os fundos "abutres" é ainda mais remota: o NML, que lidera a ação contra a Argentina, confirmou que as propostas para colocar fim ao impasse não o satisfazem. Na quarta (13), o outro fundo da ação, o Aurelius, havia emitido um comunicado no qual afirmava o mesmo.

    A agência de notícias Bloomberg publicou um texto no qual diz que o NML, dono de cerca de US$ 1,3 bilhão em títulos, mais juros, também não aceitou nenhuma das propostas para o acordo privado.

    Um conglomerado de grandes bancos iria comprar a dívida das mãos dos "abutres", que deixou de ser paga em 2001. Naquele ano, a economia entrou em colapso e houve um calote. Em 2005, a maioria dos credores aceitou um acordo para trocar os títulos por novos, com valor equivalente a 30% do que valiam, mas que seriam pagos. Os que não aceitaram processaram o país.

    Em junho deste ano a Justiça dos EUA deu ganho ao NML e ao Aurelius -a Argentina só pode pagar a dívida negociada se houver acordo com os dois. Não houve acerto e os outros credores tomaram um calote. O governo nem tenta mais chegar a um consenso com os fundos.

    O impasse deve se estender até janeiro do ano que vem, quando vence uma cláusula da dívida negociada que garante aos credores sempre a melhor oferta da Argentina -o governo alega que essa regra o impede de oferecer um pagamento maior do que 30% aos credores que ficaram de fora do acordo.

    O acordo entre privados poderia antecipar o fim do calote aos credores que estavam recebendo, pois os bancos iriam pedir à Justiça dos EUA uma suspensão da sentença.

    Procurado pela Folha, o fundo NML não confirmou a informação de que as negociações com os bancos fracassaram.

    BNY MELLON

    Nesta sexta-feira (15), os credores da Argentina em euro que renegociaram seus títulos em 2005 e 2010 recorreram, nos EUA, à Corte de Apelações do Segundo Circuito (responsável por Nova York) para reverter uma decisão que "blinda" o Bank of New York Mellon.

    O banco americano tem sido alvo de pressão dos credores argentinos por não transferir US$ 539 milhões depositados pelo governo do país no fim de junho para pagar uma parcela de sua dívida.

    Os fundos, com títulos em euro renegociados em 2005 e 2010, já acionaram o banco na Justiça belga e estariam prontos para entrar com uma ação também na Justiça britânica por não receberem o valor.

    Uma decisão do juiz americano Thomas Griesa, contudo, determinou, em 6 de agosto, que o banco não pode ser alvo de ação em nenhum país por cumprir uma ordem da Justiça americana. Os credores agora recorrem dessa decisão.

    O BNY Mellon segurou o dinheiro atendendo a uma decisão de Griesa, que considerou a transferência da Argentina "ilegal". Segundo decisão recente do juiz, esse depósito só poderia ser feito de forma simultânea ao pagamento de US$ 1,3 bilhão aos fundos que não trocaram seus títulos e acionaram a Argentina judicialmente, liderados pelo NML.

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