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    Celular pré-pago só vale a pena para gastos menores

    VINÍCIUS PEREIRA
    DE SÃO PAULO

    18/08/2014 02h00

    Preferido pelos brasileiros, o celular pré-pago enfrenta resistência entre analistas e educadores financeiros. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, ele vale a pena apenas para consumidores que gastam abaixo de R$ 30 por mês por não obrigar a pagar por uma assinatura ou valor fixo mensal.

    Acima desse gasto mensal, uma linha pós-paga seria mais vantajosa, pois o valor dos minutos cobrados é menor nesse serviço.

    Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), os celulares pré-pagos representavam 77% do total de telefones móveis em junho no país.

    Para o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, essa predominância se deve à possibilidade de controle que ele oferece.

    "O pré-pago faz sucesso porque permite controlar totalmente o gasto. Se você tem um pós, precisa pagar um valor, use ou não", afirma.

    Para Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), o pré-pago limita a possibilidade de o consumidor estourar o orçamento. "O pré-pago corrige os hábitos de consumo no telefone, por impor um limite."

    Mas as tarifas mais baixas do pós-pago e promoções como ligações gratuitas para celulares da mesma operadora o tornam mais atrativo para quem usa a linha mais regularmente.

    "O pós-pago vai ter sempre tarifas mais baixas. O pré é indicado apenas quando a pessoa não sabe fazer o uso racional da linha. Vale a pena mudar os hábitos em vez de ficar no pré", diz Álvaro Modernell, diretor da Mais Ativos Educação Financeira.

    Para Tude, "se ele usa muito pouco ou eventualmente, o melhor é o pré-pago".

    "Se é uma pessoa que tem um gasto mensal mais alto, de mais de R$ 30, pode ir para o controle [plano pós-pago com ligações limitadas] e, a partir de R$ 60 mensais, é melhor ir para o pós", disse.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CHIPS

    Uma opção funcional para aqueles que preferem o pré-pago é a utilização de mais de uma operadora. O empresário Daniel Targino Wassano tem dois chips de diferentes companhias e os utiliza para aproveitar promoções.

    "Uso um chip TIM para ligações, pois a maioria das pessoas que eu converso tem TIM, e um Claro para acessar internet 3G, porque funciona melhor e aproveito para ligar para algumas pessoas que têm Claro", afirma.

    Segundo ele, a opção pelos chips pré-pagos se dá pela economia que consegue utilizando essa estratégia.

    "A questão financeira é o principal motivo. Eu preferia um plano pós para não correr o risco de ficar sem falar. Mas, no meu caso, ele teria um custo mais ou menos quatro vezes superior ao dos prés", contabiliza.

    TV POR ASSINATURA

    A TV por assinatura é outra área em que é possível controlar os gastos contratando valores predefinidos.

    A Sky oferece o serviço para todo o Brasil. O cliente compra o equipamento e pode recarregar por 15 dias, 30 dias, seis meses ou um ano. As recargas variam de R$ 29,90 (para 15 dias) a R$ 720 (por um ano).

    Claro e Oi estão em fase de aprimoramento do produto, que corta o sinal assim que os dias contratados acabam.

    "É só o consumidor fazer uma pesquisa de quantos dias por mês ele está usando a TV", orienta Reinaldo Domingos, da Abefin. "Às vezes ele não usa nem 50% do que paga. A pessoa mora sozinha, chega cansada e nem vê a TV, por exemplo. Para esse perfil, o serviço pré-pago vale muito a pena", afirma.

    Para ele, o consumidor deve avaliar também quais são os canais disponíveis nesse serviço, pois diferem dos pacotes tradicionais.

    Folhainvest

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