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    Bolsa opera em alta, influenciada por cenário externo e eleições

    RENATO OSELAME
    DE SÃO PAULO

    19/08/2014 12h28

    Em um dia de agenda econômica tranquila, a Bolsa de Valores brasileira segue em alta nesta terça-feira (19), acima dos 58.000 pontos, acompanhando o humor favorável dos mercados internacionais e pressionada pelo cenário eleitoral.

    Às 12h27 do horário de Brasília, o Ibovespa, principal índice acionário do país, tinha alta de 0,80%, aos 58.023 pontos.

    Segundo Pedro Galdi, analista chefe da SLW Corretora, todos os mercados apresentam hoje "um viés de recuperação modesta". "A safra de balanços acabou e não há nenhum evento importante. Nossa Bolsa segue esse humor generalizado", afirma.

    O analista diz que o mercado repercute também a entrevista da presidente Dilma Rousseff ao Jornal Nacional nesta segunda e discute a candidatura de Marina Silva e o nome a ser indicado para concorrer à vice-presidência nesta chapa.

    Com o início do horário político e a aproximação dos debates entre os presidenciáveis, o tema deve continuar gerando volatilidade na Bolsa. "Continuamos influenciados pelo cenário político", afirma Galdi.

    Além disso, o analista diz que o mercado está esperando o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro referente ao segundo trimestre de 2014, que será divulgado no dia 29 de agosto. "Como o IBC-Br veio negativo, a tendência é que o resultado do PIB também seja", diz, "Se isso se confirmar, será um evento importante para a oposição questionar o governo atual".

    O IBC-Br, divulgado pelo Banco Central, é considerado pelo mercado como uma prévia do resultado do PIB do país. O indicador registrou queda de 1,2% entre abril e junho, em relação ao trimestre anterior.

    O analista afirma ainda que conflitos internacionais, notadamente no Iraque, na Ucrânia e em Gaza, "saíram um pouco do radar, mas podem retornar trazendo transtornos".

    CÂMBIO

    Os resultados positivos do setor imobiliário nos Estados Unidos pouco influenciavam o mercado de câmbio no Brasil. Às 12h27, o dólar comercial, utilizado em negociações do comércio exterior, tinha alta de 0,04%, cotado a R$ 2,26.

    Segundo Reginaldo Siaca, superintendente de câmbio da Advanced Corretora, a Bolsa "apresenta comportamento normal", acompanhando um dia de agenda fraca.

    Nem mesmo o dado de crescimento no início de construções de moradias nos Estados Unidos influenciou o câmbio. O indicador interrompeu dois meses seguidos de queda e saltou 15,7% em julho. Economistas consultados pela Reuters esperavam alta de 969 mil unidades no mês, mas o resultado ajustado sazonalmente foi ainda maior, de 1,09 milhão.

    "O índice das casas não teve tanto impacto, deveria ter feito o dólar subir, porque a notícia foi boa para lá", afirma Siaca, "Mas os juros (dos EUA) só vão subir em 2015. O país está se recuperando, mas em ritmo lento".

    EMPRESAS

    As maiores companhias da Bolsa seguem a tendência dos mercados internacionais e apresentam viés de alta. Às 12h45, as ações ordinárias da Petrobras subiam 1,67%, cotadas a R$ 19,40), enquanto as preferenciais da empresa tinham alta de 1,42%, a R$ 20,69.

    A Vale abriu o pregão em queda, em meio a notícias desfavoráveis no setor de mineração, mas reverteu a tendência e suas ações ordinárias apresentavam leve alta de 0,25%, a R$ 31,32. As preferenciais também subiam 0,25%, cotadas a R$ 27,77.

    As ações do Banco do Brasil tinham alta de 2,01%, a R$ 29,82, em meio à repercussão na imprensa de que o Tesouro tem segurado repasses de subsídios agrícolas à instituição financeira como mecanismo para maquiar o resultado fiscal. Segundo a Empiricus Research, o BB "sobe 23% no ano na esperança de que esse tipo de improviso seja resolvido a partir de 2015".

    Também seguiam a tendência de alta as ações do Itaú Unibanco (+ 1,90%) e Bradesco (+ 1,75%). Já o Santander apresentava queda de 0,65% no valor de seus papeis.

    Folhainvest

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