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    Cade aprova entrada da BRF no capital do Minerva, mas exige venda de ativos

    RENATA AGOSTINI
    DE BRASÍLIA

    20/08/2014 17h13

    A entrada da gigante de alimentos BRF no capital do frigorífico Minerva, segundo maior exportador de carne bovina do país, foi aprovada nesta quarta-feira (20) pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

    Conforme antecipou a Folha, a autorização para o negócio aconteceu após as duas empresas firmarem um acordo com o órgão antitruste.

    Por meio dele, elas se comprometem a reduzir participação no mercado de alimentos processados que passarão a deter conjuntamente. O prazo estabelecido para que isso ocorra foi mantido sob sigilo.

    O Cade identificou que, nos segmentos de quibes, almôndegas, processados de frango, frios saudáveis, as duas companhias possuiriam fatias elevadas, de até 80% em alguns casos.

    Dado Galdieri/Bloomberg
    Gado em Barretos, no interior de São Paulo, de propriedade da Minerva; a empresa e a BRF fizeram acordo para viabilizar fusão
    Gado em Barretos (SP), de propriedade da Minerva; a empresa e a BRF fizeram acordo para fazer fusão

    O Minerva é dono da empresa de processamento de carnes MFF (Minerva Fine Foods), que atua no mercado de "food service", alimentos prontos para restaurantes e lanchonetes. Já a BRF, que foi criada com a fusão entre Sadia e Perdigão, possui participação expressiva nesses segmentos.

    O acordo não obriga, contudo, a venda da MFF especificamente e abre espaço para que a BRF passe adiante parte de suas unidades caso as companhias entendam ser mais vantajoso.

    MUDANÇAS NAS EMPRESAS

    A operação, anunciada em janeiro de 2014, envolve a transferência de duas unidades de abate de bovinos da BRF para o Minerva. Em troca, a empresa de alimentos será sócia do frigorífico com 16,77% de participação.

    No caso do mercado de carne bovina, o negócio foi visto como positivo pelo Cade, já que permitirá ao Minerva melhores condições de competir com a JBS, líder no segmento.

    O acordo é fruto de intensa negociação com o Cade. Inicialmente, as companhias desejavam que fosse criado um mecanismo que blindasse o acesso da BRF a informações estratégicas da MFF, descaracterizando assim a concentração de mercado.

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