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    Credor da Argentina diz que país escolheu ser 'fora da lei'

    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    20/08/2014 18h35

    O fundo Aurelius Capital, um dos credores da Argentina que não renegociaram seus títulos da dívida em 2005 e 2010, criticou o governo do país por tentar mudar a jurisdição para pagar outros investidores sob as leis argentinas.

    Para o Aurelius, o governo argentino "literalmente escolheu ser fora da lei".

    "Os líderes argentinos desprezaram de forma crônica as ordens da corte americana, mentiram e demonstraram um total desdém por nossas cortes", diz o comunicado divulgado pelo fundo.

    Na noite de terça-feira (19), a presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou que enviará um projeto de lei ao Congresso para realizar na Argentina o pagamento dos credores da dívida renegociada, que hoje são feitos sob jurisdições de outros países, como os EUA.

    A ideia é remover o Bank of New York Mellon como agente de pagamento dos credores e designar no seu lugar um agente chamado Nación Fideicomisos SA.

    O pagamento seria, então, feito na Argentina, longe da lei norte-americana.

    CRISE DA DÍVIDA

    No fim de julho, o país deu um novo calote em sua dívida depois que o juiz americano Thomas Griesa proibiu a transferência de um depósito de US$ 539 milhões feito pelo governo argentino para o BNY Mellon.

    O valor, que tinha como o destino o pagamento de uma parcela da dívida renegociada, ainda está parado no banco.

    A transferência foi considerada "ilegal" por Griesa porque, por uma decisão sua, esses credores só poderiam receber se a Argentina também pagasse US$ 1,3 milhão aos fundos que não trocaram os títulos, como o Aurelius e o NML.

    "Erros cometidos pelos atuais líderes da Argentina já custaram ao povo argentino muito mais do que aquilo que é devido a todos os chamados 'holdouts'", diz o texto do Aurelius, acrescentando que as táticas do país têm sido "ilícitas e falhas".

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