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    Fatia da indústria de transformação no PIB deve ir ao nível pré-JK, diz Fiesp

    DE SÃO PAULO

    20/08/2014 22h09

    A participação da indústria de transformação no PIB deve cair para 12,6% neste ano, nível próximo ao observado em 1954, segundo projeção divulgada pela Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) nesta quarta-feira (20).

    Em 1954, o país ainda não havia passado pelo forte processo de industrialização que começou no governo Juscelino Kubitschek (1956-1961).

    De acordo com comunicado das entidades, o patamar de 2014 deve registrar uma queda de 12,2 pontos percentuais ante a taxa média verificada entre 1973 e 1992 (de 24,8%).

    Na nota, o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos) da Ciesp e Fiesp, Paulo Francini, disse que a participação da indústria não deve voltar aos 25% observados em décadas passadas.

    "Minha sensação de tristeza não é dedicada aos empresários, mas ao país que perdeu essa capacidade de geração de riqueza", disse.

    Para as entidades, a economia brasileira deve crescer 0,7% no ano, ante projeção anterior de 1,4%. Fatores como a baixa confiança do empresariado, estoques elevados na indústria e as altas taxas de juros influenciaram a decisão de revisar para baixo o desempenho econômico do país.

    A Fiesp e o Ciesp projetam uma queda de 0,2% do PIB no segundo trimestre do ano.

    SÃO PAULO

    Os representantes da indústria paulista preveem ainda que a produção nas fábricas do Estado deve recuar 5% neste ano.

    A nova previsão leva em conta o cenário pouco animador da atividade nos primeiros seis meses do ano. Até então, a Fiesp projetava uma queda de 1,6% na produção.

    O resultado negativo deve impactar o emprego, diz a Fiesp, que estima um recuo de 4,5% nas vagas neste ano.

    "As condições da economia brasileira são hoje bastante adversas", afirmou Francini.

    E iniciativas deverão surtir pouco efeito, segundo o diretor do departamento de pesquisas.

    "Não existirão grandes alterações e mudanças neste ano. E qualquer coisa que for feita no momento tem uma interpretação política que sobrepuja as consequências econômicas", afirmou.

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