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    Deficit externo do Brasil diminui, aponta Banco Central

    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    22/08/2014 11h09

    As transações de bens e serviços do Brasil com o exterior tiveram em julho um rombo de US$ 6 bilhões, informou o Banco Central nesta sexta-feira (22).

    Essa conta inclui comércio, serviços, transferências, e outras operações que envolvem trocas com outros países.

    O rombo foi menor do que o estimado pelo governo e do que o de julho do ano passado, quando esse valor atingiu US$ 8,9 bilhões, mas ficou acima do esperado por analistas.

    Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo de US$ 5,8 bilhões no mês.

    Para Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, o resultado "favorável" do mês é explicado, sobretudo, pelo bom resultado da balança comercial no mês.

    O Brasil exportou mais do que importou US$ 1,6 bilhão (situação de superavit). Em julho do ano passado, a balança comercial apresentou um deficit de US$ 1,9 bilhão.

    Vendas de petróleo, soja e minério de ferro impulsionaram as vendas do país, destacou Maciel.

    Apesar do resultado ser menos negativo, ele ficou acima do investimento estrangeiro direto, a principal fonte de financiamento das contas externas. Ou seja, o IED de julho não foi suficiente para cobrir o rombo nas contas externas.

    INVESTIMENTO ESTRANGEIRO

    O investimento estrangeiro direto no mês foi de US$ 5,9 bilhões, superior às projeções do BC para o mês.

    No acumulado dos primeiros sete meses do ano, o deficit nas transações correntes somou US$ 49,3 bilhões, valor também inferior ao do mesmo período do ano passado, de US$ 52,1 bilhões.

    Em 12 meses, o deficit nas transações com o exterior está em US$ 78,4 bilhões, o equivalente a 3,45% do PIB (Produto Interno Bruto).

    Também no acumulado dos últimos 12 meses, o investimento estrangeiro produtivo somou US$ 64 bilhões, insuficiente para cobrir o deficit nas transações com o exterior.

    SERVIÇOS

    A conta de serviços, na qual estão inseridos os gastos com viagens, foi o que puxou o resultado negativo do mês de julho, com um deficit de US$4,5 bilhões –12% maior do que o de julho de 2013.

    O setor de aluguel de equipamentos foi responsável, sozinho, por um rombo de US$ 2,4 bilhões. O deficit de viagens foi de US$ 1,6 bilhão.

    Segundo Maciel, o aumento no aluguel de equipamentos está associado ao setor de mineração e petróleo, e o fluxo de produção desses setores, que tem crescido no país.

    GASTOS NO EXTERIOR

    No mês da Copa do Mundo, o brasileiro bateu o seu recorde de gastos no exterior.

    Foram R$ 2,4 bilhões deixados lá fora, o maior valor mensal de gastos de turistas brasileiros de que o BC tem registro.

    As receitas com gastos de estrangeiros no Brasil chegou ao seu segundo melhor mês, perdendo apenas para junho, com a entrada de US$ 789 milhões.

    Houve um crescimento de 46% em relação a julho do ano passado. Mas as receitas não chegaram a um terço das despesas do brasileiro lá fora.

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