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    Ascensão social ajuda a explicar pressão inflacionária, diz Tombini

    DE SÃO PAULO

    23/08/2014 18h48

    O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, culpou as "mudanças estruturais" ocorridas no mercado de trabalho na última década pela pressão atual dos preços. Mas reforçou que a inflação está sob controle.

    "A política monetária foi capaz de conter a inflação", disse Tombini neste sábado (23) durante o simpósio do Federal Reserve Bank of Kansas City -o mais importante encontro de presidentes de bancos centrais, em Jackson Hole (EUA).

    Em seu discurso no evento, Tombini disse que a pressão inflacionária ocorre no setor de serviços. Segundo ele, a ascensão de 40 milhões de brasileiros à classe média criou uma demanda por serviços que fez aumentar os salários entre os que têm menos anos de estudo.

    "O peso dos preços dos serviços no índice de preços ao consumidor aumentou consideravelmente na última década", disse.

    Apesar disso, Tombini insistiu em que o país continua mantendo a inflação dentro do intervalo de tolerância da meta, que é de 4,5%, podendo chegar a 6,5% ao ano.

    Nesta semana, foi divulgada a prévia da inflação de agosto. O IPCA-15 mostrou que a inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 6,49%.

    Críticos da política do governo da presidente Dilma Rousseff consideram que o teto da meta só não foi rompido porque o governo está adiando reajustes de preços da gasolina e da energia elétrica -forçando a Petrobras e as concessionárias de energia a arcar com essas perdas de receitas.

    CENÁRIO GLOBAL

    O simpósio de Jackson Hole ocorre em um momento em que os países se recuperam da crise financeira de 2008/2009 e discutem os novos rumos da economia.

    Para o Brasil, o cenário não é dos melhores. O país, que surfou atraindo investidores no momento em que EUA e Europa estavam em baixa, agora terá de enfrentar a virada norte-americana.

    Durante o encontro, ficou claro que a política de estímulos monetários dos EUA está perto do fim. Isso significa que as taxas de juros de longo prazo devem subir, atraindo mais investidores.

    Com isso, o dólar tende a se valorizar, tornando ainda mais complicado o cenário para a economia brasileira.

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