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    Comércio 'antecipa' Natal para conter piora nas vendas

    CLAUDIA ROLLI
    TONI SCIARRETTA*
    DE SÃO PAULO

    31/08/2014 02h00

    Como o varejo deve crescer metade do que previa, parte do comércio começa a antecipar as promoções de Natal na tentativa de evitar prejuízo maior neste ano.

    A tendência deve aumentar nos próximos meses, dizem representantes de entidades do setor e consultores.

    Concessionárias da Volkswagen já anunciam em propagandas no rádio e na televisão "Natal antecipado", com desconto em alguns modelos e prazo estendido para pagar a primeira parcela.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A tentativa é reverter a queda na venda de carros, que chega a 19% na comparação de junho ante o mesmo mês do ano passado.

    Em itens de menor valor, a tática é a mesma. Para atrair mais clientes, a rede de acessórios Morana lançou a campanha "5 carros, 5 chances de ganhar até o Natal", com a atriz Carolina Dieckmann como garota-propaganda.

    Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor da Alshop, associação que reúne lojistas, afirma que entre os shoppings a onda de promoções só deve se intensificar na segunda metade de outubro.

    "Não pode haver uma antecipação tão grande de promoções de Natal porque há outras datas no calendário, como Dia da Criança."

    Com o 13º em mãos, há esperança de uma pequena melhora para o comércio neste ano, avalia o economista Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo.

    "Como a inflação começa a ceder, há a injeção do 13 salário, e as vendas de dezembro geralmente correspondem a um mês normal mais 30%, nem tudo está perdido."

    Os efeitos da freada no consumo não só comprometem o crescimento do varejo como já chegam ao emprego do setor, avalia o economista Jaime Vasconcellos, da Fecomercio SP. No primeiro semestre deste ano, 98.392 vagas com carteira foram eliminadas no comércio no país.

    "A partir do momento em que a queda do consumo começa a afetar o emprego, a demanda interna se torna mais fraca. Isso tem impacto na cadeia do setor, que, assim, tende a desligar mais funcionários. É preocupante", diz.

    Para os especialistas, somente uma "guinada" nos investimentos –com mais chances de ocorrer somente em 2015, independentemente do resultado eleitoral– é capaz de mudar esse cenário.

    "O investimento público deve ser mais eficiente para contemplar melhorias nos gargalos econômicos. Com isso, o ambiente de negócios pode ser tornar mais atrativo ao investimento privado", diz Vasconcellos.

    Editoria de Arte/Folhapress

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