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    Crise argentina reduz exportações de calçados em 2014

    TATIANA FREITAS
    ENVIADA ESPECIAL AO VALE DOS SINOS (RS)

    01/09/2014 02h00

    O principal problema dos exportadores de calçados hoje tem nome: Argentina. Tradicional comprador do calçado brasileiro, o país vem reduzindo drasticamente as suas importações, devido à crise econômica e às restrições à liberação de licenças.

    Até julho deste ano, as exportações para o país vizinho, que perdeu o posto de principal destino para os EUA, caíram 35% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 44 milhões.

    "Chegamos a vender 1 milhão de pares por ano para a Argentina. Hoje, é um mercado que nós praticamente perdemos", diz Paulo Grings, presidente da Piccadilly.

    "Continuamos vendendo para lá apenas para não apagar a marca", diz Eduardo Scheffer, diretor do Priority.

    A Argentina é a principal causa da queda de 3% nas exportações de calçados neste ano, de US$ 609 milhões.

    Mas os exportadores citam também a perda da Venezuela, que interrompeu suas importações, e do Equador, que impôs uma tarifa de US$ 10 por par brasileiro, como outras influências negativas.

    Os fabricantes também se queixam do câmbio e dos altos custos de produção, que prejudicam a competitividade do Brasil no exterior.

    Altamente intensivo em mão de obra -em média, 65% da produção de calçados é feita manualmente-, o setor sofreu com o aumento dos salários nos últimos anos.

    Em busca de um custo de mão de obra mais acessível e de benefícios fiscais, muitas indústrias gaúchas migraram para o Nordeste. É o caso da Grendene, que migrou a sua linha produção de Farroupilha (RS) para o Ceará e Bahia.

    Por isso, a queda da produção, exportação e de empregos na indústria calçadista no Rio Grande do Sul é mais acentuada do que a média.

    Dependendo do calçado, a mão de obra equivale de 15% a 25% do custo de produção.

    Editoria de Arte/Folhapress

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