• Mercado

    Friday, 03-May-2024 16:39:14 -03

    Após ação do Banco Central, real tem uma das maiores altas

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    03/09/2014 02h00

    O real está entre as moedas que mais se valorizaram em relação ao dólar desde que o Banco Central voltou a atuar diariamente no mercado de câmbio em agosto de 2013.

    Entre 22 de agosto de 2013 e de 2014, a cotação média passou de R$ 2,4457 para R$ 2,2778 por dólar. Com a mesma quantidade de reais, passou a ser possível adquirir 7,4% a mais em divisas norte-americanas.

    O euro se valorizou 0,9% nesses 12 meses, enquanto as principais moedas da América Latina ficaram praticamente estáveis ou perderam valor em relação à divisa norte-americana.

    Para a consultoria LCA, que divulgou estudo sobre o tema, o movimento surpreende porque, no mesmo período, o risco país do Brasil teve um comportamento menos favorável do que em países como México, Peru, Colômbia e Chile.

    Editoria de arte/Folhapress

    Na média, o indicador de risco dessas economias, somado ao da Austrália, recuou quase 20%, enquanto o índice para o Brasil caiu 7,6%. Um risco país menor tende a favorecer a entrada de moeda estrangeira no país e valorizar assim a moeda local.

    A explicação para o fortalecimento do real, segundo a consultoria, está nas intervenções diárias do BC, que estão hoje no patamar recorde de US$ 93,3 bilhões.

    Esse é o valor dos contratos de swap cambial que estão em poder do mercado. Todos os meses, a instituição vende mais US$ 4 bilhões. São US$ 200 milhões por dia nas operações chamadas pelo mercado de "ração diária".

    Para quem compra produtos estrangeiros ou tem despesas em qualquer uma dessas moedas, o fortalecimento do real é positivo. Para aqueles que possuem receitas em moeda estrangeira, como exportadores, a valorização é um fator de redução da competitividade.

    A valorização também se tornou uma das principais armas do BC no combate à inflação, embora a instituição afirme não utilizar o câmbio com esse objetivo. Oficialmente, o objetivo da "ração" é oferecer proteção cambial aos investidores.

    Para a LCA, "o que resta, a um BC que não quer e/ou não pode subir a taxa de juro é evitar a depreciação cambial" e torcer para que o efeito sobre os preços no país ajude a segurar a inflação.

    Folhainvest

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024