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    Mantega diz que economia se recupera e combustíveis podem ter reajuste

    DO VALOR

    03/09/2014 21h20

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou nesta quarta-feira (3) que a alta de 0,7% na produção industrial em julho indica uma recuperação da economia e que o governo deve reajustar o preço dos combustíveis ainda este ano. As declarações foram feitas em entrevista à Globonews.

    Mantega voltou a atribuir o mau desempenho da economia nos primeiros seis meses do ano à seca, à redução de dias úteis por causa da Copa do Mundo e à crise internacional. "Temos certeza de que a crise mundial determina boa parte de nossos problemas", afirmou.

    O ministro enfatizou que houve avanço da produção de bens de capital e de bens duráveis. Em sua avaliação, a queda em junho havia sido muito forte por causa da redução de dias úteis em função da Copa do Mundo. "É legal ter vários feriados, mas isso significa menos dias trabalhados", afirmou o ministro, o que teria contribuído para reduzir a produção da indústria.

    Além disso, afirmou, a indústria sofre mais com a crise internacional do que outros segmentos da economia, por depender de exportações. "Cerca de 30% do que indústria nacional produz vai para Argentina, EUA, etc", disse. "O mercado externo encolheu, indústria hoje conta só com mercado local".

    Em sua avaliação, com a retração desses mercados, a economia nacional passou a contar apenas com a demanda doméstica, o que acabou afetando a indústria. Para Mantega, com a recuperação dos mercados internacionais, especialmente Estados Unidos, a indústria também tende a exportar mais.

    Mantega disse também que o governo seguirá realizando o superavit primário em 2014. "Este ano temos situação mais difícil, mas faremos primário, sempre com alguma poupança", disse, que evitou se comprometer com o cumprimento da meta de 1,9% do PIB deste ano para o superavit. "A receita é maior que o gasto; isso é superavit primário e continuamos fazendo".

    COMBUSTÍVEIS

    O ministro voltou a afirmar que todo ano há reajuste de gasolina e que o mesmo deve acontecer em 2014, apesar das eleições, dando a entender que poderá haver aumento dos combustíveis até dezembro.

    Na entrevista, Mantega reiterou que ainda não há data nem magnitude para o reajuste, mas afirmou que nos últimos anos sempre aconteceram um ou dois reajustes de preço pela Petrobras.

    CRESCIMENTO

    Confrontado com as perspectivas de maior crescimento dos EUA, da China e de outros países da América Latina, Mantega afirmou não acreditar que a crise seja reflexo mais de problemas domésticos do que externos. "Temos certeza que a crise internacional determina boa parte dos nossos problemas", afirmou o ministro, ao mencionar a retração do PIB dos EUA no primeiro trimestre, por exemplo. "Dificilmente eles vão chegar em PIB de 3% neste ano", disse.

    Mantega também avalia não ser possível comparar o crescimento da economia brasileira "com país pequeno, que só exporta commodities", disse. Em sua avaliação, o desempenho do Brasil foi superior ao do México entre 2008 e 2013 e o Chile, por exemplo, também desacelerou.

    "Brasil mantém vigor que outras economias não têm", disse. Entre os indicadores que mostram esse vigor, diz Mantega, estão os investimentos estrangeiros diretos, que continuam em torno de US$ 60 bilhões. "Por que será? Os investidores acreditam no Brasil", afirmou.

    Ainda a respeito do mercado interno, o ministro disse esperar que o crédito aumente, o que estimularia o consumo. Além disso, voltou a enfatizar a desaceleração da inflação. "Está sob controle. O IPCA de julho veio próximo de zero."

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