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    Operadora de celular entra no mercado de shoppings virtuais

    MARIANA BARBOSA
    DE SÃO PAULO

    07/09/2014 02h00

    O site de uma operadora de telefonia não é exatamente o endereço que passa pela cabeça na hora de trocar a geladeira, mas a Vivo quer tornar o cliente fiel oferecendo um site de compras.

    A operadora, que tem uma base de 79,4 milhões de clientes e recebe em seu site 4,4 milhões de visitantes ao mês, lançou recentemente o Vivo Compras, uma loja virtual que vende eletrônicos, roupas, livros, brinquedos e até viagens.

    "Queremos trazer mais conveniência para fidelizar o cliente", diz Mauricio Romão, diretor de serviços digitais da Telefônica Vivo.

    O site funciona dentro do conceito de "marketplace", shopping center virtual onde é possível comprar artigos de diferentes varejistas com um único carrinho de compras.

    O modelo de negócios foi popularizado pelos gigantes Amazon (EUA), Rakuten (Japão) e Alibaba (China) e permite oferecer uma enorme gama de produtos sem precisar investir em estoques nem centros de distribuição.

    No caso da Vivo, que usa uma ferramenta desenvolvida e gerida pela CSU, o Opte+, o marketplace oferece produtos de Extra, Walmart, Fast Shop, Ri-Happy, entre outros. Por meio da CSU, a operadora faz o contato com o cliente e inicia a venda, mas a fatura e a entrega é feita pelo varejista. A Vivo fica com uma comissão, cujos valores Romão não revela.

    Mas a comissão está longe de ser o foco da operadora.

    O site é visto como uma ferramenta de fidelização e marketing e vai permitir conhecer melhor o cliente e seus hábitos de compras. "Vamos usar a segmentação de grupos de clientes para fazer ofertas dirigidas", diz Romão.

    Não estranhe, portanto, se você comprar uma viagem internacional pelo Vivo Compras e receber por email uma oferta de pacotes de roaming de dados.

    A navegação no Vivo Compras é gratuita –não entra na conta de tráfego no pacote de dados– para estimular o usuário, principalmente os das classe C e D, a comprarem pelo celular.

    Editoria de Arte/Folhapress

    TELECOMPRAS

    O uso do celular para fazer compras vem ganhando força no Brasil. Em junho, 7% das compras virtuais foram feitas pelo celular, ante 3,8% um ano antes, segundo o relatório WebShoppers, do E-bit. E a cada quatro pessoas que compram pelo celular, uma é das classes C ou D.

    Por meio de marketplaces, bancos e até clubes de futebol estão criando lojas virtuais sem precisar investir em logística. O Santos, por exemplo, tem uma loja de artigos esportivos em parceria com a Netshoes. Nesses casos, o objetivo maior é a fidelização, explica Danilo Vasconcelos, diretor da CSU.

    Seguindo os passos da Amazon, no último ano as principais empresas de e-commerce do país, como B2W (Submarino e Americanas), Extra e Walmart criaram seus marketplaces para ampliar a oferta de produtos. Além de eletroeletrônicos, hoje todo mundo vende livros, roupas e acessórios.

    "É uma estratégia de combate", diz o diretor do E-bit, Pedro Guasti. "O marketplace dá mais conveniência e ajuda a fidelizar. Ainda é incipiente, mas deve se tornar um negócio interessante."

    O Walmart lançou o seu marketplace em outubro do ano passado com oito lojas parceiras. Hoje já são 102, e a previsão é encerrar 2015 com 1.000 lojas.

    Assim, a empresa entrou em categorias como petshop, vinho e artigos de bebê.

    "Um dos nossos grandes objetivos é estar entre as três maiores audiências do mercado", diz Paulo Sérgio Silva, diretor de operações do walmart.com, que recebe 9,6 milhões de visitas/mês. "Quanto mais gente na nossa loja, mais eu vendo", afirma.

    Para incrementar a audiência, a empresa investe em conteúdo próprio –de uma cobertura da semana de moda de Nova York, por exemplo, a uma descrição mais completa sobre a funcionalidade dos produtos– e em parcerias com blogueiros.

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