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    Nissan suspende contrato de 290 funcionários na fábrica de Resende

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    10/09/2014 12h44

    A Nissan irá suspender o contrato de trabalho de 290 funcionários de sua fábrica em Resende (RJ), por até cinco meses, segundo o sindicato dos metalúrgicos do Sul Fluminense.

    O "layoff", como é chamada a suspensão temporária do contrato de trabalho, foi adotado após outras tentativas de ajustar a produção à perda de fôlego da demanda.

    Entre as medidas adotadas, houve a implantação de um "dayoff", em que os funcionários tiraram folgas acumuladas no banco de horas, e a antecipação de férias coletivas.

    A Nissan inaugurou a fábrica de Resende em abril deste ano, após investimentos de R$ 2,6 bilhões.

    Segundo comunicado divulgado à época, a unidade teria capacidade para produzir 200 mil carros por ano, começando pelo hatch March e, depois, o sedã Versa.

    Na ocasião, a montadora também informou que empregava 1,8 mil funcionários no país.

    A empresa tem outra unidade em parceria com a Renault em São José dos Pinhais (PR).

    MEDIDAS DAS MONTADORAS

    A retração na indústria automotiva fez com que as montadoras adotassem medidas para adequar a produção à demanda do mercado.

    Suspensões temporárias de contrato (os "layoffs"), férias coletivas e programas de demissão voluntária foram algumas das medidas adotadas pelas empresas do setor para tentar esvaziar os estoques, que em agosto atingiram 42 dias, que representaram aumento de três dias em relação a julho, onde o estoque era de 39 dias.

    No mês passado, cerca de 1.300 empregados do setor entraram em layoff até janeiro de 2015 e outros 7,5 mil receberam férias coletivas ou folgas em razão de paradas técnicas.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O setor de caminhões foi o que mais sofreu com as medidas durante agosto: funcionários das fábricas da MAN, Mercedes-Benz, Ford, Iveco e Volkswagen pararam nos últimos 30 dias.

    Segundo o Ministério do Trabalho, no começo de agosto quase 12 mil trabalhadores de todos os setores da economia estavam em regime de layoff, sendo que cerca de 4 mil eram funcionários de montadoras.

    Esse número é o maior desde 2010, quando 20 mil empregados tiveram o contrato suspenso durante os primeiros sete meses do ano.

    Conforme a CLT, o período máximo de layoff é de cinco meses e o empregado que participa do layoff deve ficar pelo menos 16 meses sem que seu contrato seja suspenso novamente. O trabalhador recebe bolsa de R$ 1,3 mil do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Os gastos do FAT foram de quase R$ 37 milhões nos primeiros sete meses de 2014.

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    Veja os layoffs (suspensões temporárias de contrato) que as montadoras fizeram em 2014.

    Volkswagen
    Agosto - 4.500 funcionários em férias coletivas de 10 dias em Taubaté (SP)
    Maio - 900 funcionários em layoff em São Bernardo do Campo (SP) e 150 funcionários em layoff de três meses em São José dos Pinhais (PR)
    Fevereiro - 150 funcionários em layoff de três meses em São José dos Pinhais (PR)
    Fevereiro - 5.200 funcionários em licença de 10 dias em São Bernardo do Campo (SP)

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    Mercedes-Benz
    Agosto - 158 funcionários em layoff em Juiz de Fora (MG)
    Maio - 1.200 funcionários em layoff em São Bernardo do Campo (SP)
    Março - 450 funcionários em férias coletivas de 20 dias em Juiz de Fora (MG)
    Fevereiro - Programa de demissão voluntária e redução da semana na linha de montagem de caminhões em São Bernardo do Campo (SP)

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    Iveco
    Agosto - 1.500 funcionários em parada técnica de 20 dias em Sete Lagoas (MG)
    Junho - 800 trabalhadores em parada técnica de 10 dias em Sete Lagoas (MG)
    Abril - férias coletivas de 20 dias para 500 trabalhadores em Sete Lagoas (MG)

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    General Motors
    Agosto - 930 funcionários em layoff em São José dos Campos (SP)
    Junho - 6.200 funcionários em férias coletivas de 12 dias a 1 mês e programa de demissão voluntária nas fábricas de São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS)

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    Ford
    Agosto - Taubaté (SP) - 108 funcionários em layoff
    Junho - Taubaté (SP) - férias coletivas de 20 dias para 1.500 funcionários

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    MAN
    Agosto - 100 funcionários em layoff em Resende (RJ)
    Junho - 3.000 funcionários em férias coletivas de 20 dias em Resende (RJ)

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    PSA Peugeot Citroen
    Junho - 2.000 funcionários em férias coletivas de 20 dias em Porto Real (RJ)
    Fevereiro - 650 funcionários em layoff e abertura de programa de demissão voluntária em Porto Real (RJ)

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    Fiat
    Agosto - 1.500 funcionários em férias coletivas de 10 dias em Betim (MG)

    *

    Hyundai
    Maio - 2.700 funcionários em férias coletivas de 10 dias em Piracicaba (SP)

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    Renault
    Junho - 4.000 funcionários em férias coletivas de 20 dias em São José dos Pinhais (PR)

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