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    Senadores pedem que Burger King fique nos EUA por motivos fiscais

    DA REUTERS

    11/09/2014 09h56

    Um grupo de senadores dos Estados Unidos quer que o Burger King desista de seus planos para mudar seu domicílio fiscal para o Canadá como parte de um acordo para comprar a rede de café e rosquinhas Tim Hortons.

    O Burger King anunciou em agosto a fusão com a rede de restaurantes canadense, em negócio de US$ 11,5 bilhões.

    O imposto pago pelas companhias canadenses gira em torno de 25%, enquanto nos EUA chega a 40%. Além disso, o Canadá não requer que as empresas lá sediadas paguem impostos adicionais sobre os rendimentos auferidos no exterior. Por isso, a expectativa é de que a mudança gere economias fiscais.

    Dick Durbin, o segundo líder democrata no Senado, e outros quatro parlamentares argumentam que a medida é injusta porque muitos trabalhadores do Burger King contam com programas como o plano de saúde público Medicaid e vale-refeição, que dependem de arrecadações dos contribuintes norte-americanos.

    Eles também disseram, em uma carta ao presidente-executivo do Burger King, Daniel Schwartz, datada desta quinta-feira (11), que a rede de fast food usa estradas financiadas pelos contribuintes, inspetores de segurança alimentar e outras regalias para negócios feitos nos Estados Unidos.

    "Agora, depois de lucrar com esses benefícios financiados pelos contribuintes, o Burger King pretende mudar seu domicílio fiscal para o exterior para evitar pagar uma fatia justa por esses benefícios", afirma o grupo na carta.

    "Muitos de seus clientes fiéis podem optar por gastar seu suado dinheiro em um de seus muitos concorrentes, em vez de apoiar uma empresa que quer todos os benefícios da América, mas se recusa a pagar a sua parcela para apoiar a nossa nação", alertaram os parlamentares.

    Pelo menos nove empresas norte-americanas estão em fase final de mudança, que envolve a compra de um concorrente em um país com menor cobrança de impostos para basear o negócio combinado no exterior.

    FUSÃO

    O Burger King pertence ao fundo 3G Capital, de propriedade dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Donos da AB Inbev, a maior cervejaria do mundo, e da fabricante de condimentos Heinz, o trio decidiu entrar no ramo do café da manhã para concorrer com a gigante Starbucks e disputar um mercado em crescimento dentro e fora dos Estados Unidos.

    Para isso, a rede de fast food Burger King comprou a canadense Tim Hortons, uma cadeia de café que atua principalmente no Canadá e nos Estados Unidos.

    A holding vai combinar o negócio de hambúrguer, restrito a refeições rápidas no almoço, com o de café da manhã, ramo reinventado pela Starbucks, que investiu pesado na primeira refeição do dia.

    O café da manhã é a refeição fora de casa que mais cresce nos EUA. Movimenta US$ 50 bilhões por ano e já representa quase a metade do negócio das redes de fast food, segundo a consultoria Sanford C. Bernstein & Co.

    *

    Burger King - 2º tri/2014
    Receita US$ 261,2 milhões
    Lucro operacional US$ 151,5 milhões
    Lucro líquido US$ 75,1 milhões
    Número de funcionários 2,4 mil (não inclui franquias)
    Principais concorrentes McDonald's, Subway, Bob's (no Brasil)

    Tim Hortons - 2º tri/2014
    Receita US$ 874,3 milhões
    Lucro operacional US$ 192,4 milhões
    Lucro líquido US$ 125,4 milhões
    Número de funcionários 2,3 mil (não inclui franquias)
    Principal concorrente Starbucks

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